O padre Romildo Cerutti tem 62 anos de idade e está a frente da paróquia Nossa Senhora da Saúde desde o ano de 2007, é natural de Concórdia e está no sacerdócio há 29 anos.
Correio dos Lagos – A antiga casa paroquial apresentava muitos problemas? Em que ano foi construída?
Padre Romildo - A antiga casa paroquial foi construída em 1974 e sua estrutura estava bastante comprometida. A nossa ideia central era a reforma, mas depois da visita de um engenheiro decidimos construir uma casa nova, pois iríamos gastar em uma reforma e não iria ficar um trabalho bom.
Correio dos Lagos – De onde vieram os recursos para construção da nova casa?
Padre Romildo – Todos os anos há a festa da padroeira no mês de novembro e desde 2010 começamos a guardar recursos. Em 2011 fizemos uma promoção bem grande de arrecadação. O povo daqui é muito bom e colaborou bastante tanto da cidade como no interior. Foi com esses recursos, junto com o valor da festa que foi de R$ 85 mil reais, que construímos.
Correio dos Lagos – A população ajuda a igreja?
Padre Romildo – Sim, a população é muito boa colabora muito e é só a gente pedir que consegue. Uma parte do dinheiro foi conseguido através do dízimo e também outras ofertas da comunidade.
Correio dos Lagos - Quando foram iniciadas as obras?
Padre Romildo – Iniciou no dia 28 de outubro. Fizemos um contrato para sete meses, vencendo o prazo em maio.
Correio dos Lagos – Qual o tamanho da obra e como foram divididos os espaços?
Padre Romildo – A casa tem um tamanho de 10x12 com dois pisos, tendo no primeiro piso, escritórios, cozinha, lavação e o segundo piso, ficou reservado para sala e quartos.
Correio dos Lagos – Já tem um valor total gasto?
Padre Romildo – Como ainda não terminamos estamos contabilizando, mas já ultrapassou os R$ 100 mil reais com a estrutura, móveis.
Correio dos Lagos – O que representa para o senhor ajudar a construir esta casa?
Padre Romildo – Representa duas coisas. Primeiro a mudança da casa antiga, pois ela era muito desconfortável. E o que dificultou foi a questão da mudança na organização, arrumar tudo em seu lugar. Agora temos mais conforto, melhoria e praticidade.
Correio dos Lagos – Quantas comunidades o senhor atende?
Padre Romildo – São 13 comunidades que são visitadas mensalmente, com santa missa, palestras, confissões e o trabalho vai além dos trabalhos como a celebração da santa missa. Faço outras atividades como casamentos, batizados, formação para lideranças, com as quais há um encontro mensal. A gente busca mostrar que a parte religiosa tem que ser dinâmica. Temos orientações da CNBB, da diocese e a gente tem que repassar informações para mantê-los atualizados.
Correio dos Lagos – Algum trabalho diferenciado para a campanha da fraternidade deste ano?
Padre Romildo – Quanto a campanha, junto com o posto de saúde lancei a proposta para criarmos dois grupos de apoio, sendo um com as pessoas direcionadas ao vício da bebida e outro que tem o vício do fumo. Eu digo grupo de apoio pois essas pessoas precisam ser apoiadas, ser motivadas com reuniões, encontros, caminhadas para largar o vício, e me propus a tocar um dos grupo, o do cigarro. Eu consegui o material do Dr. Dráuzio Varela, que o ano passado lançou a campanha “Brasil sem Cigarros”. Pretendemos ir reunindo grupos que tenham interesse e ir conscientizando com apoio de psicólogo para ver se é possível fazer com que elas larguem o vício ou pelo menos diminuam. Depois que adquiri um vício é difícil largar, então tem que trabalhar a prevenção também.
Correio dos Lagos – Já tem data para iniciar os trabalhos com o grupo?
Padre Romildo – Queria iniciar em maio, mas pelo que estou vendo ainda não vou conseguir, mas a partir de junho vamos começar a reunir as pessoas, convidar os interessados e conscientizar. Logo que eu lancei a idéia já tivemos pessoas com interesse em se inscrever e esperamos que muitas pessoas venham nos procurar. Além disso, vamos fazer um trabalho sobre a alimentação saudável, pois hoje percebemos que muitas pessoas que moram no interior não têm mais horta. Nós aqui poderíamos ter uma alimentação muito boa e as pessoas hoje estão vindo comprar frutas e verduras no mercado que podem ser cultivadas na lavoura.
Correio dos Lagos – Além dos estudos para formação, procura fazer cursos de aperfeiçoamento?
Padre Romildo – A gente procura se aperfeiçoar sempre, já fiz cursos direcionados como na catequese, pastoral do dízimo que exige muito conhecimento, pois é uma pastoral muito exigente e me especializei muito nisso, a gente procura se atualizar sempre. A vida é essa e sempre estão surgindo mudanças, novidades e orientações da CNBB, que vem todos os anos com novas orientações.
Correio dos Lagos – A paróquia pertence a qual diocese?
Padre Romildo – Pertencemos a diocese de Joaçaba e nosso bispo é Don Mario. Aqui na diocese sou o padre responsável pela pastoral do Dízimo.
Correio dos Lagos – Quantas paróquias fazem parte da diocese?
Padre Romildo – São vinte e cinco paróquias que fazem parte de toda a nossa diocese. Eu fiquei responsável, coordenando os trabalhos da pastoral do dízimo e participo de encontros com as paróquias, pois este é um trabalho que necessita de muita atenção, dedicação e paciência.
Correio dos Lagos – Como funciona o dízimo?
Padre Romildo - Aqui é por envelopes. Nós temos 77 missionários na paróquia. Todos os meses eles entregam o envelope na casa da família, sempre levando uma palavra, uma mensagem. Depois os envelopes são recolhidos aqui na matriz sempre no segundo domingo do mês e sempre esse domingo é dedicado à pastoral do dízimo, recebemos o dízimo não como dinheiro em si, mas como gesto de devolução de agradecimento a Deus. Nas capelas é no dia em que tem a missa.
Correio dos Lagos – A população aceitou bem essa forma de recolhimento?
Padre Romildo – Não houve resistência no sentido de que iriam pagar uma vez ao mês. No geral todos aderiram e assim mensalmente não pesa no bolso e ajuda na participação das celebrações. Nós também entregamos um escapulário bento para cada aniversariante do mês, é uma recordação e um reconhecimento da nossa parte.
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