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entrevista

Flavio, coordenador do 14º MTG de Santa Catarina

 Ele é coordenador da 14º região tradicionalista de Santa Catarina há quase cinco anos. Flávio Luiz Lancini Barbosa, 47 anos, casado, pai de dois filhos, é técnico em Contabilidade e trabalha na prefeitura municipal de Campo Belo do Sul. Ele é responsável por coordenar os rodeios realizados na região.

 

Correio dos Lagos – Quantos municípios participam do 14º MTG?

Flávio Luiz Lancini Barbosa -  O 14º MTG conta com a participação de 5 municípios, sendo eles Capão Alto, Campo Belo, Cerro Negro, Anita Garibaldi e Celso Ramos.

 

Correio dos Lagos – Há quanto tempo participa de rodeios?

Flávio – Comecei por incentivo do meu irmão e de um ex-patrão do CTG Pioneiros do Laço. Faz 10 anos que participo de rodeios, logo que entrei fui patrão do CTG Pioneiros do Laço e hoje atuo como coordenador do 14º MTG.

 

Correio dos Lagos – Para realizar rodeios é necessário alguma autorização?

Flávio – Sim, é feito um calendário por temporada e deve ser agendado comigo. Quem quiser promover um rodeio tem que agendar com o MTG, se não for filiado ao MTG e não pedir a autorização ou agendamento não pode realizar rodeios, aí considera-se rodeios clandestinos e cabe punição para quem organizar e para quem participar. Aqui na região tem poucos casos de punição, mas quando acontece varia de 2 meses a 1 ano de punição tanto para peão como para CTGs.

 

Correio dos Lagos – Como está a situação em relação aos cuidados com os animais que participam dos rodeios?

Flávio – Essa é uma questão que traz problemas na nossa região, pois muitos laçadores não estão respeitando os animais, tanto os cavalos quanto as rêses. Muitas vezes o laçador erra uma armada ou a rês, tira o laço da cabeça e aí o pessoal bate, surra os animais com brutalidade. A gente que laça tem que respeitar os animais, até tem no regulamento do MTG: quem surrar os animais pode  até  ser expulso, só que ninguém está cobrando.

 

Correio dos Lagos – Existe uma fiscalização?

Flávio – Quem está de juiz do rodeio é o responsável por fiscalizar isso, ele tem poder para punir o laçador que bater nos animais, só que infelizmente isso não acontece. Eu fico indignado que aqui o pessoal não respeita e quando vão num rodeio no estado do Rio Grande do Sul, eles respeitam, lá se bater nos animais eles vão expulsos do rodeio e aqui se acontecer  de expulsar alguém tem que se preparar pra brigar, a cultura é diferente.

 

Correio dos lagos – Aos animais escolhidos para rodeio existe uma fiscalização referente a vacinação e cuidados?

Flávio – Existe vacina, tem que fazer exame de dois em dois meses, mas não é todo mundo que faz, eles só fazem quando vão laçar, se o evento não obrigar o exame na entrada do evento o pessoal não faz. 90% dos animais de laço têm carteira e vacinas. Mas os exames são obrigatórios em muitos eventos para poder participar.

 

Correio dos Lagos – As ONGs de proteção de animais acompanham os rodeios?

Flávio – Aqui na nossa região não vejo falar dessas ONGs, mas nos eventos do estado gaúcho sempre têm alguém cuidando disso. Muitas vezes os animais são muito bem tratados, mas muitos ainda não têm essa consciência e continuam batendo nos animais.

 

Correio dos Lagos – Existe punição para quem bate nos animais?

Flávio – No regulamento do MTG existe a punição e bem específico de que é proibido bater nos animais, só que falta cobrar. Eu acredito que temos que cobrar mais dos juízes que estão acompanhando os rodeios, pois enquanto não houver punição isso vai continuar, já diminuiu bastante, mas sempre tem os que batem. Desde que eu comecei já mudou muito. Mas acredito que os patrões de CTGs também deveriam cobrar dos peões, ou a criação de ONGs também seria uma solução.

 

Correio dos Lagos – Quantos animais participam em média de cada evento?

Flávio – Cada laçador leva seu animal na maioria das vezes, em um evento grande  tem em média 120 animais e necessita cerca de 150 a 200 cabeças de gado para não judiar do animal. O gado,o pessoal cuida, pois é a parte mais difícil, pois muitas pessoas emprestam os animais e aí tem que cuidar.

 

Correio dos Lagos – Quantos rodeios acontecem por ano?

Flávio – Durante a temporada que vai de outubro a abril os eventos acontecem durante todos os finais de semana, chegando a ter dois por final de semana.

 

Correio dos Lagos – Como você analisa a mudança dos rodeios, com as altas premiações dadas hoje em dia?

Flávio – Na verdade antigamente o pessoal laçava por tradição e hoje se tornou profissão. Tem muita gente que olha o convite do rodeio  e vai direto pra premiação, se for muito pouco não participa. Hoje tem gente que se especializou pra isso, na nossa região ainda não tem isso, mas em Florianópolis já tem gente que vai pra lá ganhando só para laçar. Hoje se você fizer um rodeio e não colocar premiação só troféu ninguém participa. O pessoal quer pagar mas quer premiação. Na minha visão acabou a tradição e virou um comércio e tudo você paga para laçar.

 

Correio dos Lagos – Quantos CTGs e piquetes existem no estado?

Flávio – Cerca de 500 CTGs filiados ao MTG e mais de 3000 mil piquetes.

 

Correio dos Lagos - Qual a diferença entre os CTGs e piquetes?

Flávio - Os piquetes pertencem aos CTGs que são associados ao MTG. Hoje os CTGs possuem CNPJ, como uma firma registrada e repassa um valor para o MTG. Antigamente existia apenas um CTG e vários piquetes que pertenciam a esse CTG, hoje mudou bastante.

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