José Gerpes Paganella, é casado com Luizinha Madalena Sganzela Paganella, com quem teve três filhos. Seu Gerpes como é conhecido, nasceu em Esmeralda, mas quando completou o quinto ano do ensino fundamental, mudou-se para Vacaria, onde trabalhou com seu irmão e aprendeu a profissão de relojoeiro.
Correio dos Lagos: Como foi o período em que morou na cidade de Vacaria?
José Gerpes Paganella – Fiquei em Vacaria por mais ou menos dez anos, onde trabalhei com meu irmão e aprendi a profissão de relojoeiro. Em Vacaria também. conheci minha esposa, com quem sou casado desde 1966.
Correio dos Lagos – E quando voltou para Esmeralda, como foi?
Gerpes – Quando o município se emancipou decidi voltar. A comunidade era pequena não tinha nada, então abri a oficina de relógios e fábrica de jóias, mas com o passar do tempo a gente ia sentindo necessidade, como fotógrafo, por exemplo que não tinha ninguém na época que fazia esse serviço.
Correio dos Lagos – Como foi trabalhar como fotógrafo?
Gerpes
Correio dos Lagos –Como foi abrir a primeira livraria de Esmeralda?
Gerpes
Correio dos Lagos – Como foi a experiência como repórter?
Gerpes
Correio dos Lagos – E a experiência com o cinema?
Gerpes
Correio dos Lagos
Gerpes
Correio dos Lagos – O senhor foi vereador como foi representar o município.
Gerpes
Correio dos Lagos – No esporte o senhor também contribuiu.?
Gerpes
Correio dos Lagos – E a loja, fez parte de sua vida durante todo o tempo?
Gerpes
Correio dos lagos - Como vê o município hoje?
Gerpes
Correio dos Lagos – Alguma história interessante que fez parte dessa sua trajetória?
Gerpes
Seu Gerpes como conhecemos é um grande amigo e uma das principais ligações entre o jornal e a cidade de Esmeralda, ele faz a entrega dos exemplares do Correio dos Lagos. Muito obrigado por essa parceria.
– O primeiro roubo da cidade foi em minha joalheria. Em 1974 na véspera de Natal, naquela época a missa do galo era a meia noite, mas fui dormir e era umas 4h da manhã quando me avisaram que a porta da loja estava aberta. Eu fui lá tinham me roubado uns 50 relógios de concerto, pulseiras, corrente, anel, levaram tudo. Perdi tudo. Fui pagando o que me foi roubado dos clientes aos poucos.- A população de Esmeralda é muito pouco ‘bairrista’, muito mesclada com pessoas que vieram de fora. Os jovens pensam em coisas muito diferentes dos que viviam aqui na época da emancipação. Com o fim do ciclo da madeira, quando as mais de trinta serrarias deixaram a região, houve um êxodo muito grande no município, o qual foi acelerado com o advento da agricultura mecanizada. Faltaram pessoas que quisessem se fixar no município para desenvolver não só a cidade, mas também o campo. – A loja a gente foi tocando. Por muitos anos tive o bazar, continuei com a loja de revistas além de entregar os jornais da região. Temos muitas dificuldades mas vamos ajeitando como dá. A gente contribuiu muito com o município desde o meu avô. Hoje está muito difícil e antes a gente vendia muito presente para casamento, hoje estou acabando com o bazar. O comércio foi mudando e a concorrência foi aumentando. Hoje com a entrega do jornal, a loja é um ponto de referência e a revista é um diferencial. – Eu ia buscar os jogadores de Jeep, para ver como a gasolina era barata (risos), as vezes a gente tinha que subir nos caminhões, pois não tinha condução. Íamos para outras cidades para jogar, como em Anita. Uma vez fomos pra Maximiliano de Almeida, aquela vez não tivemos despesa nenhuma. O esporte no domingo à tarde era a atração, era atividade que tinha. Eu participei da vida da comunidade. – Me elegi vereador e fui presidente da câmara. A bandeira e o brasão do município eu institui um concurso que ajudou a escolher os símbolos que hoje representam o município, mais tarde eles sofreram modificações. Como presidente da câmara, criei um boletim informativo, para informar a população. Fui vereador só uma vez, mas fui candidato a vice-prefeito e pela segunda vez como candidato a vereador perdi por apenas doze votos. – Você foi um incentivador da Invernada Artística. – Fui o primeiro posteiro da invernada artística, dancei na invernada do CTG Porteira do Rio Grande no quarto Rodeiro Crioulo de Vacaria que naquela época ainda era pequeno. Ai comecei a ensinar o pessoal daqui a dançar, as músicas e os ensaios dava gente como se fosse uma festa. Era uma novidade para o município. – Como não tinha televisão resolvemos montar um cinema. Fui de Jeep a Porto Alegre buscar uma máquina e fizemos uma programação com as empresas que locavam filme de carretel, mas o padre Ângelo, que era o vigário na época sedia o salão, mas ele boicotava pois colocava os terços e missas na hora do cinema. Todo mundo ia à missa e eu ficava esperando. Os filmes eram a maioria dublado e na maior parte era bang-bang. – Trabalhei por dez anos no Correio Vacariense, mandando notícias para o jornal e como não tinha máquina não tinha nada escrevia a mão e mandava. Publiquei por todo esse tempo a coluna que levava o nome de Destaque de Esmeralda. Hoje se procurar nos arquivos tem uma história muito interessante pois não tínhamos as rádios, não tinha janela publicitária e eu fazia esse vínculo. As vezes dava polêmica, mas a gente fazia. – Na época fiz uma sociedade com meu pai e meus irmãos e montamos a livraria São João no ano de 1965 e começamos a vender material escolar, livros. Íamos a Caxias e a Farroupilha de Jipe para comprar livros. Os professores davam as listas e nós buscávamos os livros didáticos. – Fazia muitas fotos para polícia, casamentos, festa, título de eleitor. No começo emprestei uma máquina de um amigo em Vacaria. As primeiras fotos que tirei foram das missões e ficaram muito boas, as segundas saíram tudo fora de foco, ai resolvi olhar como eles faziam. Depois comprei uma máquina e arrumei um pequeno estúdio. Observei com meu pai que o comércio era muito pequeno e fizemos uma sociedade e montamos uma livraria.
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