Uma empresa familiar costuma passar de pai para filho. Porém, nos últimos tempos, nem sempre tocar o negócio da família é objetivo das novas gerações.
O conceito de empresa familiar pode ser compreendido de várias maneiras. Um negócio é assim determinado quando é composto por uma sociedade familiar – o pai é o gerente, o filho o vendedor, a sobrinha é a secretária e por aí vai. Também se encaixa nessa modalidade empresarial aqueles negócios que são a principal fonte de sustento de uma família, ou ainda aqueles que passam de pai para filho mantendo a administração da empresa nas mãos da família por gerações.
A maioria das empresas das cidades pequenas, assim como muitas pequenas empresas de cidades grandes, tem no mínimo um membro da família fundadora em seu quadro de colaboradores, até porque contratar um administrador torna-se inviável para muitos negócios e um parente acaba inspirando mais confiança para cuidar das finanças do que um estranho.
Embora comuns discordâncias no âmbito familiar possam prejudicar o relacionamento profissional dos empreendedores familiares, um dos desafios que mais preocupam os donos desse tipo de empreendimento é a continuidade do negócio. No caso das empresas que passam de pai para filho, o risco de que elas deixem de existir em um determinado momento é grande, uma vez que os planos dos seus fundadores nem sempre fecham com os planos das novas gerações que deveriam assumir as rédeas do negócio com o passar do tempo.
A decisão de continuar
O número cada vez maior de pessoas que ingressam em instituições de ensino superior, contribuiu para que as novas gerações tenham optado por escolhas que rumam por caminhos divergentes dos negócios familiares. Porém, ainda é possível encontrar quem quer continuar à frente do empreendimento da família, conciliando, inclusive, a vida profissional conquistada através da formação universitária e o trabalho nessas empresas, como é o caso de Celina Zanoni, que se formou em fisioterapia e abriu seu próprio consultório em Anita Garibaldi.
Além de seguir sua carreira como fisioterapeuta ela pretende representar a terceira geração da família na loja que foi fundada há quarenta anos por seu avô e que agora é administrada pela sua mãe e tio. “A princípio ninguém se interessou em seguir com os trabalhos na loja da família. Tanto eu quanto meu primo fomos para a faculdade e seguimos carreiras que não são relacionadas com o comércio, mas decidi dar continuidade ao trabalho da família e a partir do mês de março vou atender no consultório somente à noite, para dar prioridade à loja e aprender com minha mãe e meu tio como gerir os negócios”, disse Celina, que tem duas irmãs, uma seguiu trabalhando ao lado do pai também numa empresa familiar, e outra desvinculou-se dos negócios da família para seguir a carreira de farmacêutica.
Em cidades pequenas, o que se observa é que as empresas mais tradicionais ainda conseguem manter pessoas vinculadas à família do fundador à frente da administração. Jean Carlo Pinheiro, atual presidente da CDL de Anita Garibaldi, trilhou desde cedo um caminho que o auxiliaria nos negócios da família. “Ele estudou administração e hoje é quem gerencia praticamente tudo em nossas lojas”, comentou o pai de Jean, Francisco Pinheiro, que há 31 anos fundou com a esposa Cecília um comércio de roupas e calçados. Além de Jean, eles têm mais quatro filhos que seguiram fora das lojas fundadas pelos pais.
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