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O BRASIL QUE DÁ CERTO

Você concorda que cada brasileiro tem o poder de melhorar um pouco mais o país?

O Brasil que dá certo não depende apenas de governantes, políticos e líderes empresariais. Depende de cada um de nós. O movimento da semana de Natal das principais cidades do país – incluindo shoppings e lojas cheios de clientes, ruas congestionadas de veículos, trânsito intenso nas estradas, aeroportos lotados, atividade comercial atípica – retrata, acima de tudo, um Brasil que está dando certo em vários aspectos da vida nacional. Embora nosso país não esteja imune aos efeitos da crise global, encaminhamo-nos no final do ano com os avanços que merecem ser reconhecidos nesta hora de celebração. Basta um olhar benevolente e menos crítico para constatarmos que o Brasil deste Natal de 2011 registra avanços promissores, entre os quais o pleno emprego, a participação efetiva no consumo de uma parcela da população que estava excluída, a inflação controlada, a vigilância ética dos cidadãos sobre seus representantes políticos, a oferta de escola para todas as crianças e a preocupação crescente da sociedade com a qualificação do ensino público.

Não se pode fechar os olhos para os problemas. O país cresceu menos do que o previsto e algumas conquistas que já pareciam asseguradas passam por turbulências merecedoras de atenção. O importante é que os obstáculos vêm sendo encarados como desafios pelas autoridades e pelos cidadãos.

Entre os desafios do futuro próximo, está o enfrentamento das principais apreensões da população brasileira, registradas em recente pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria ao Ibope. A consulta foi feita em todos os estados da federação mostrou que saúde, impostos e segurança, nesta ordem, são hoje as principais preocupações dos cidadãos. As mazelas da saúde são bem conhecidas. Embora o país disponha de um sistema universal de atendimento, o que costuma ser destacado é o lado negativo, representado por hospitais superlotados, médicos mal pagos (assim como os professores) e pacientes sofrendo nas antessalas das emergências. Há muito, portanto, a corrigir. A questão tributária também preocupa porque os contribuintes brasileiros pagam muito e recebem pouco do Estado. A falta de segurança, que nos humilha diante de países ricos e pobres que sofrem do mesmo mal, ainda parece um desafio para muitas décadas, mas algumas ações isoladas de autoridades estaduais vêm se mostrando promissoras – como a política de retomada de territórios dominados pelo tráfico no Rio de Janeiro.

Certamente não será o Papai Noel que nos trará de presente a solução dos nossos problemas. Cada brasileiro é que precisa fazer a sua parte nesta empreitada para que possamos, efetivamente, alcançar um resultado coletivo de bem-estar e esperança. O Natal se presta para esta reflexão: se somos capazes de ser solidários, de celebrar os nossos sentimentos com familiares e amigos, de movimentar o comércio e o trânsito no sentido da prosperidade, por que não seremos capazes de construir um país mais digno e desenvolvido?

O Brasil que dá certo não depende apenas de governantes, políticos e líderes empresariais. Depende de cada um de nós.

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