Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
O gênio da lâmpada
Sobrou entusiasmo para louvar os feitos de Steve Jobs após sua morte. O líder da Apple foi aclamado como gênio visionário que desbravou o futuro. Daqui a cem anos, diz um biógrafo, Jobs estará no panteão dos heróis da civilização, ao lado de Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica incandescente. Uma fala de Jobs para universitários, de 2005, virou sabedoria revelada. Cheia de autoelogios e conselhos como "siga o seu coração" e "encare cada dia como se fosse o último", rivaliza com manuais de outoajuda. Tanto exagero e tanta precipitação de juízos dizem mais do nosso tempo que do morto ilustre. A genialidade de Arquimedes, Da Vinci ou Newton, afinal, dependeu menos do que os contemporâneos falaram sobre eles e mais do julgamento decantado ao longo dos séculos. O jornalista americano Malcolm Gradwell, em seu livro "Outliers", nota que a revolução dos computadores pessoais foi liderada por empreendedores nascidos com poucos meses de diferença. Jobs, Bill Gates (Microsoft) e Eric Schmidt (Google) são de 1955. Steve Ballmer, sucessor de Gates, do início de 1956, e Bill Joy (Sun Microsystems), do final de 1954. Uma janela de oportunidades gigantesca e efêmera se abriu a jovens americanos que, imersos na informática, entravam na sua terceira década de vida por volta de 1975. Foi esse o ano do primeiro computador pessoal a preço acessível – singelo conceito que, ao desenvolver-se, fundou uma nova geração de bilionários. Edson, gênio da lâmpada, foi tributário de uma onda semelhante no final do século 19. Ela produziu magnatas do porte de Jhon D. Rockefeller (petróleo), Andrew Carnegie (aço) e William Vanderbilt (ferrovias). Jobs e Edison são, na verdade, coadjuvantes dessa aventura. O protagonista é a fantástica máquina de destruição criativa, conduzida pelo império da técnica, há 150 anos implantada nos Estados Unidos.
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