Há muito tempo que as dores do parto já podem ser evitadas com técnicas cirúrgicas, porém o parto normal anda em alta no município anitense
Ainda há muitas mulheres que ficam balanceadas entre parto normal e o cesariano no momento de dar a luz, porém não é de hoje que o número de mulheres que preferem esta segunda modalidade é significativamente maior do que as que optam pelo parto normal.
Muitas mulheres acreditam que é melhor evitar a dor através do procedimento cirúrgico, porém esquecem que o período de recuperação não é livre de alguns momentos doloridos.
O parto normal tem menos complicações, sendo que a probabilidade de infecções é menore quando comparada à cesária, sem contar que o tempo de permanência no hospital giram em torno de 24 horas apenas.
Um fato que chama a atenção é o de que muitas mães preferem a aparente tranquilidade da operação cesariana, optando por interromper a ordem natural da gestação. Sem dúvida ninguém gosta de sentir dor, porém os benefícios para a mãe e para o bebê são maiores. Pesquisas com ares mirabolantes, mas com fundamentos científicos, mostram que as crianças nascidas através de intervenções cirúrgicas apresentam maiores probabilidades de se tornarem obesas, como mostra a revista pediátrica americana Archives of Disease in Childhood.
Ultimamente, uma outra forma de encarar o parto tem chamado a atenção de algumas mulheres: é o parto domiciliar, que vem ganhando simpatizantes em diversos lugares do mundo. Pelo visto as mulheres estão relembrando o passado de suas avós do interior, em uma época quando ter o filho em casa era o mais comum.
Muitas mulheres tem defendido a vontade de ter seus filhos em casa, embora esta prática seja condenável aos olhos de alguns especialistas. Porém, o que depender deste grupo de mulheres, as parteiras não terão mais sossego, nem os médicos e obstetras terão mais o ar das clínicas como ambiente de trabalho.
De acordo com o médico Dr. Clóvis Cechin, há anos o responsável pelo nascimento de muitos bebês na região, a maioria das mulheres que têm seus filhos no hospital de Anita Garibaldi optam pelo parto normal, uma vez que a recuperação é mais rápida e o custo é reduzido, afinal, de acordo com Clóvis, “o parto cirúrgico onera 50% a mais do que o parto transvaginal”.
Com relação aos partos domiciliares, o médico disse que são raros os casos, uma vez que já não existe a figura da parteira. “Com a difusão de melhores informações, melhor nível socioeconômico, a mulher procura ter uma assistência mais segura junto ao médico no hospital”, afirma.
O que elas querem?
A opinião que realmente conta é a das futuras mamães, afinal elas sentem o que é melhor para elas e seus bebês, além de estarem amparadas por especialistas durante o pré-natal.
Em Anita Garibaldi, duas mamães de primeira viagem contaram sobre suas escolhas na hora do parto, mostrando duas opiniões diferentes, mas ambas preocupadas com a sua segurança e a do bebê.
Silvane Macedo Barbosa, acredita que é importante o respeito à decisão da mulher sobre como ter seus filhos. Para ela, a forma escolhida para dar a luz foi a cirurgia cesariana. “Acho que o parto tem que ser num hospital, com profissionais especializados, anestesista”, explica Silvane, considerando ainda o fato de que a tecnologia está aí para dar mais comodidade num momento tão importante, evitando o desconforto e a famosa dor do parto. “Hoje em dia a cesariana é muito rápida, não vejo por que eu tenha que ficar horas para dar a luz, embora tem quem queira”, complementou ela.
Uma destas mulheres que preferem passar pelas horas que Silvane quer evitar, é sua colega de trabalho, Daniele Pereira. “Eu escolhi o parto normal e acredito que vou manter a decisão até o final, até pelo medo do corte e anestesia, mas se por algum motivo for necessário fazer uma cesária, não vou evitar a cirurgia”, disse ela, falando ainda que um dos fatores que a motivou a tomar esta decisão é a questão da recuperação ser mais rápida. “Penso que depois eu posso estar com meu filho bem disposta.” Mesmo optando pelo parto normal, ela nunca pensou em dar a luz em casa, pensando na segurança de estar em um local específico para o procedimento: “Cada coisa em seu lugar”, resume Daniele.
A televisão tem mostrado casos em que as mulheres optam pelo parto domiciliar, porém tanto Silvane quanto Daniele lembram que essas mulheres tem o auxílio médico durante o momento de dar a luz, mesmo que estejam em casa. Esta não é uma opção cogitada por elas: “A nossa realidade aqui é diferente”, comentam elas, dizendo ainda que programam dar a luz na cidade de Lages, onde também fazem acompanhamento pré-natal.
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