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O mundo (e o petróleo) é delas

 Uma decide os rumos no setor, outra opera a maior empresa e a terceira regula e fiscaliza as atividades.

Desde os tempos dos primeiros hominídeos, as mulheres tiveram papel fundamental como propulsoras da evolução social da raça humana através do papel inicialmente a elas reservado na tribo: cuidar dos filhos e assegurar um ambiente familiar agradável aos homens, enquanto a eles estava reservada a tarefa de provedores de alimentos e de segurança.
A partir de então, a mulher desenvolveu importantes habilidades, que lhe seriam úteis no decorrer dos tempos, como a fala, a orientação periférica e o instinto de proteção, entre outras.
Por ter desenvolvido a fala melhor que o homem, a mulher de hoje amadurece mais cedo. Uma menina com quatro anos de idade tem, em média, 2.000 palavras em seu vocabulário –um garoto da mesma idade não tem mais que 600. Além disso, elas são mais estudiosas, mais exigentes, mais perfeccionistas e lutam com mais intensidade por seus ideais.
Com o passar do tempo, as mulheres entraram  em todas as atividades antes reservadas aos homens. Por exemplo, já são mais de 40% dos advogados de  São Paulo, são maioria em profissões como jornalismo e estão em todos os lugares: nas Forças Armadas, nas plataformas de petróleo e atuando como motoristas de caminhão e de táxis –estão até nas  lutas marciais.
Porém, estatísticas do Departamento de Educação americano revelam que o número de matrículas do sexo feminino, tanto em universidades como no ensino médio, é superior ao do masculino. Revelam ainda que homens também estão menos presentes do que as mulheres nos cursos de pós-graduação. 
Dados do IBGE indicam que no Brasil, a escolaridade da mulher é também a mais alta que a do homem. Também é maior (62%) o percentual de mulheres que concluem o curso superior, conforme levantamento do Instituto Nacional de Estudos de Pesquisas, em parceira com o Ministério da Educação.
Mas nem tudo são flores. Para a  pesquisadora Amanda Fellws, doutoranda no Instituto de Psicologia  da Universidade de Brasília (UnB), o fato de as mulheres ocuparem 62% dos cargos administrativos em empresas privadas, mas apenas 16% das cadeiras de presidente e de gerente- geral, reside uma questão sexista: as mulheres ainda são alvo de preconceito de gênero.
No entanto, pelo menos na esfera do petróleo, indústria tradicionalmente de homens, o Brasil tornou-se uma exceção. Primeiro, foi eleita a presidente Dilma, ex-ministra de Minas e Energia, ex-presidente do conselho de administração da Petrobras e a quem são encaminhadas para deliberação as recomendações do Conselho Nacional de Política Energética. No seu segundo ano de governo, ela escolheu a engenheira Maria das Graças Foster como a primeira mulher a comandar a Petrobrás, a maior empresa da América Latina. Mais recentemente, Dilma empossou a engenheira Magda Chambriard como diretora-geral da ANP serem seguidas no setor, outra opera a maior concessionária no país e a terceira regula e fiscaliza as atividades de petróleo e gás natural em todo o território nacional.
Espera-se que o resultado dessa gestão seja positivo não só pelo exemplo emblemático que poderá trazer para outros setores da economia como para ofuscar o lamentável desempenho de Cristina Kirchner, na vizinha Argentina, que, após uma série de medidas equivocadas como o congelamento de preços que afastou investimentos do setor e condenou a indústria do petróleo à estagnação e à obsolescência, resolveu agora reestatizar  a YPF para encobrir o seu fracasso.
Referência:
LANDIM, Rodolfo. O mundo (e o petróleo) é delas. Folha de S. Paulo. São Paulo, 27 de abril de 2012.
 
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