A sociedade vem mudando tão rapidamente que não se pode mais garantir quais serão os espaços profissionais em alta daqui a alguns anos, afinal há profissões que surgem e somem em um curtíssimo período de tempo
Hoje em dia as pessoas passaram a trabalhar mais com as tecnologias de automação, informação e comunicação, entre outras que vêm despontando como as propulsoras da evolução e a nova cura para muitos dos males da sociedade moderna.
Evoluir é necessário no processo de sobrevivência, porém muitas vezes a própria evolução trata de extinguir aquilo que já existia para dar lugar à novidade. Há um bom tempo que as pessoas passam a maior parte de seus dias presas ao trabalho, convivendo com as mesmas pessoas e as mesmas situações por anos, até serem trocadas por outras pessoas ou por algum instrumento tecnológico, o qual facilite ou deprecie (o termo fica à escolha do leitor) o seu trabalho, tornando cada vez mais dispensável aquele profissional que há tempo já era visto como adorno.
É necessário tempo para que ocorra a adaptação e evolução da máquina ou software no escritório, empresa ou qualquer outro ambiente social. Esse tempo é semelhante ao do desespero na busca da promoção e crescimento profissional e financeiro, o que por vezes acaba gerando novas profissões e profissionais que não existiam nem na mente dos mais visionários.
“Precisa-se de técnico em automação. Invista em você e venha trabalhar na indústria brasileira”. Isso é o que diz uma das chamadas do Portal SENAI, o maior complexo de educação profissional e tecnológica da América Latina. O que pensariam aquelas antigas telefonistas que agendavam e completavam chamadas interurbanas ao lerem a palavra “automação” em meados do século XX, quando essa era uma carreira promissora? Provavelmente não pensaram que a palavra significaria posteriormente desemprego, com a automação das centrais telefônicas.
Hoje em dia, os centros de formação profissional trazem cursos que não existiam antes, ao mesmo tempo em que eliminaram outros que já não são mais condizentes com as necessidades do mercado de trabalho. Pessoas com ideias inovadoras surgem como que do nada a todo o momento, e são muito estimadas pela sociedade, afinal elas trazem em seus projetos os produtos que facilitarão a vida. Essas pessoas são queridas não só por transformarem o que já existe, mas também por trazerem soluções inteligentes para problemas que envolvem grandes e pequenos grupos sociais.
O mercado de trabalho e a qualificação profissional nunca foram tão versáteis como ultimamente e acabam exigindo a mesma versatilidade das pessoas.
Há quase uma década o transporte universitário é realizado em Anita Garibaldi, proporcionando a jovens e adultos a oportunidade de fazer um curso técnico ou superior em instituições de ensino da cidade de Lages, como a Facvest, Uniplac e Senai.
A maioria dos que ocupam esse serviço ainda opta pelo ensino superior, porém é possível observar que uma série de estudantes tem se encaminhado para o ensino técnico ainda durante o último ano ou após o termino do segundo grau, como é o caso de Leonardo Mota, que cursa Eletrotécnica no SENAI. De acordo com ele, um curso técnico é mais valorizado ultimamente. O investimento não é tão alto e o salário pode ser tão bom quanto o de muitos cursos superiores, sem contar que o tempo de estudo é menor, em média dois anos. “Quero fazer Engenharia Elétrica ano que vem, mas não me arrependo fazer técnico, pois vejo muitas empresas chamando pessoas que fizeram e recomendando que façam esse tipo de curso”, disse ele, resaltando ainda que na região as hidrelétricas são um bom campo de trabalho.
O ofício de sapateiro é um dos que correm o risco de sumir com o estímulo ao consumo e o aumento da renda das famílias brasileiras, o que têm levado cada vez mais pessoas a comprar ao invés de reformar. Porém, o perfil conservador dos moradores de Anita Garibaldi colabora para que os consertos de calçados mantenham a profissão viva, tornando-a um negócio de família, como é o que acontece na Sapataria Neri, onde o ofício é passado de pai para filho. “Não só recebemos muitos sapatos aqui para consertar, como também fabricamos e vendemos. O movimento só aumenta e posso dizer que hoje o negócio é melhor do que antes, quase não damos conta de tanto trabalho”, disse Neri Varela, proprietário da sapataria.
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