Mesmo com o grude dos pais, há filhos que querem se emancipar e então os pais se sentem abandonados.
Entrar na faculdade, começar a namorar de maneira mais compromissada –com seus sentimentos com o outro –deixar de morar com os pais já foram índices de que o filho havia crescido e de que, a partir de então, ele poderia e deveria cuidar da própria vida. Essas eram marcas de que a adolescência terminara, enfim.
Não é mais assim. Agora, fatos desse tipo são sinais, para os pais, de que eles precisarão se dedicar ao filho de modo diferente: de que serão outras as preocupações que lhes tirarão o sono, de que serão outros os riscos que o filho correrá. Como tem sido, para muitos pais, ter filhos com 18 anos ou um pouco mais?
Bem, a partir do momento em que o jovem entra na faculdade, os pais se preocupam porque querem evitar que o filho fique lá por muito tempo.
É: muitos jovens, nos mais diversos cursos, não conseguem terminar o curso de graduação que iniciaram.
E o namoro? Muitos pais abrem a casa para que os filhos durmam com a namorada ou namorado e até providenciam camisinha, quando for o caso, para que a/o filha/o evite surpresas inesperadas.
Mesmo com esse grude dos pais com os filhos, há os jovens que querem se emancipar, conquistar liberdade e autonomia, e decidem morar sozinhos. Há! Os pais se sentem abandonados e não entendem os motivos que levem a renunciar a todo o conforto que oferecem.
E acham, também , que o filho não conseguirá bancar sua própria vida. Pode ser que inicialmente eles não consigam. Mas, aos poucos, irão aprender que para ter roupa limpa precisam lavá-las, que para ter casa limpa limpá-la, e que para receber amigos para comer todo santo dia custa caro e dá trabalho.
Tudo o que esses pais precisam, talvez, seja lembrar de sua própria juventude. Eles escolheram um curso com a mesma idade que agora têm os seus filhos, que quiseram muito morar sozinhos e administram tão bem quanto puderam sua vida sexual.
Pode ser que eles pensem que não foram felizes assim, por isso querem dar melhores oportunidades aos filhos. Mas ninguém tem a receita da felicidade; sabemos uma única coisa: só a própria pessoa pode buscar esse estado.
Nossa questão em relação a esses jovens deve ser: será isso bom para eles?
“A verdadeira sabedoria é uma arma benéfica”. (JMS)
Referência:
SAYÃO, Rosely. Os jovens de hoje. Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 de abril de 2014.
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