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Pesquisa da Fecomércio revela queda no número de endividados

A comparação é com o mês de agosto. Entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos as dívidas são maiores

 Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEIC) de setembro de 2013, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), revela que, na comparação com agosto, o número de catarinenses endividados teve uma ligeira queda, passando de 86,5% no mês anterior para 86,2%. Na comparação anual, houve um crescimento de 3,1%. As famílias com renda superior a 10 salários mínimos estão mais endividadas (92,4%) que as com renda inferior (84,4%).

O nível de endividamento das famílias aumentou mensalmente, mostrando uma expressiva elevação dos muito endividados (4,1 pontos percentuais), passando de 16,5% em agosto para 21,6% em setembro. O número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas diminuiu em setembro para 9,6%. 2,2 pontos percentuais abaixo do resultado obtido em agosto, mas 1,5% acima de setembro do ano anterior.

A principal dívida dos catarinenses continua sendo a do cartão de crédito, com 63%. Depois vêm, na sequência, carnês (12,7%), financiamento de carro (11,7%) e financiamento de casa (3,3%). O tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 7,1 meses, menor que o valor verificado no mês anterior, que era de 7,6 meses. A parcela da renda das famílias comprometida com dívidas apresentou uma pequena diminuição, passando de uma média de 31,9% em agosto para 31,3% em setembro, ou seja, mantendo níveis que geram certa preocupação. A quantidade de famílias com contas em atraso também apresentou ligeira diminuição na comparação entre agosto e setembro, passando de 29,6% para 29,4%.
Impacto no varejo

Segundo a Fecomércio SC, a PEIC de setembro apresentou uma pequena melhora no endividamento das famílias. O número de famílias endividadas, o de famílias com contas em atraso, a parcela da renda comprometida e as condições de pagamentos das dívidas futuras apresentaram resultado melhor. “Se o varejo vem sentindo o impacto do endividamento em seu volume de vendas, não existe risco de um aumento descontrolado da inadimplência. Ou seja, o que fica prejudicada é a capacidade das famílias efetivarem novas compras com o recurso do crédito, o que aprofunda o quadro de desaceleração do crescimento da economia brasileira como um todo”, explica o economista da Fecomércio, Mauricio Mulinari.

De acordo com ele, a perspectiva para o restante do ano é de melhora na situação. “A inflação tende a ficar controlada, o que faz com que o poder de compra das famílias aumente, diminuindo o grau de comprometimento da renda e aumentando a capacidade de endividamento e aferição de novas compras, o que pode restituir, ainda que de maneira tímida, o potencial de vendas do comércio”, afirma Mulinari.

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