Plástico, economia e sustentabilidade. No ano que termina o prazo para extinguir os lixões das cidades brasileiras, através da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de agosto de 2010), continua a luta e os desafios contra um dos maiores problemas ambientais do planeta: o lixo urbano.
Pelo uso cada vez mais crescente no nosso dia a dia, bem como a sua durabilidade, os plásticos tornam-se um grave problema quando são descartados inadequadamente lixões e aterros sanitários. Alternativas ecologicamente corretas surgem: o plástico verde, por exemplo.
Bem supérfluo ou mal necessário? – O plástico do grego palstikos “significa próprio para ser moldado ou modelado”. Para o Dicionário de Polímeros (2010), plástico é o “termo geral dado a materiais macromoleculares que podem ser moldados pela ação do calor e/pressão”. , os polímeros.
Sem dúvida, os plásticos são muito importantes e de grande utilidade na sociedade de consumo. Devido à sua resistência e ao baixo custo, têm um grande valor econômico, que está na produção e comercialização de inúmeros produtos, sem contar a sua utilidade como embalagem.
Nesse contexto, a indústria moderna utiliza cada vez mais o plástico na fabricação se seus produtos. A observarmos à nossa volta, a maioria, a maioria dos objetos com as quais temos contato em nossas atividades cotidianas contém plástico na sua constituição, seja na sua totalidade, seja em algumas partes.
No entanto o uso indiscriminado dos materiais plásticos, acrescentando à baixa procura para reciclagem e reutilização, levado a questionamentos de ordem socioambiental sobre a sua crescente produção. Afinal, quando não há reciclagem ou não são destinados adequadamente para a decomposição, tornam-se perigosos e nocivos ao meio ambiente, principalmente aos ecossistemas marinhos. Por exemplo, uma garrafa PET descartada na natureza pode durar um século pra se decompor completamente. Além disso, por ser derivado do petróleo, o plástico também contribui para as emissões de dióxido de carbono na atmosfera terrestre, o CO2, é um dos gases tidos como vilões do efeito estufa e do aquecimento global.
As preocupações com o impacto socioambiental estimularam, nos últimos anos, a reconhecer a necessidade de reduzir à quantidade de materiais plásticos desperdiçados, e descartados, além de incentivarem a sua reciclagem e reutilização.
Plástico verde: o que é? – Por ser uma matéria-prima tão importante e difícil de ser substituída intensificam-se, em vários países, pesquisas e experiências exitosas, na busca de alternativas ecologicamente corretas de produção de materiais plásticos biodegradáveis, que se decompõem mais rapidamente e são produzidos a partir de matérias-primas vegetais, como a cana-de-açúcar. Outras pesquisam testam também a beterraba, o óleo de mamona, milho, a proteína de soja, entre outros produtos.
O chamado plástico verde ou polietileno verde vem sendo desenvolvido pela indústria química brasileira, que utiliza c cana-de-açúcar, e começa a ganhar escala comercial. Em princípio, pode ser encontrado em sacolas de supermercados, nas embalagens de alimentos, bebidas, frutas e verduras e até no acabamento interno de veículos.
As vantagens positivas são diversas, além de não comprometer as reservas minerais e petrolíferas esgotáveis do planeta, como os materiais de origem petroquímica. Ainda, quando comparado com as resinas feitas de combustíveis fósseis, o polietileno verde leva vantagem por ser originado de fonte renovável e causar impacto positivo na atmosfera, já que o processo de fotossíntese da planta utilizada no seu processo de fabricação realiza a captação do dióxido de carbono do ambiente.
Outro ponto positivo é que o polietileno verde possui as mesmas características técnicas do polietileno derivado do petróleo, portanto pode ser 100% reciclado. Nesse processo, permite ser misturado com os de origem fóssil, não gerando ônus extras para a indústria reciclagem.
O uso do plástico verde ou biodegradável, em fase de implementação no Brasil, precisa ser incorporado efetivamente pelas indústrias e pela população no seu cotidiano. Devemos adotar alternativas ecológicas e econômicas viáveis na perspectiva de mudar a atual realidade brasileira de disposição final de resíduas sólidos , bem como cumprir a legislação ambiental e incentivar a reciclagem e/ou reutilização de materiais.
Referência:
CAVALCANTE, Márcio Balbino. Plástico, economia e sustentabilidade. Jornal Mundo Jovem. Porto Alegre, novembro de 2014.
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