Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
Recuo na desigualdade
Os brasileiros precisam aproveitar o momento de rara combinação entre crescimento econômico e da renda para apostar no que pode aprofundar os ganhos, como o ensino.
Os brasileiros precisam aproveitar o momento de rara combinação entre crescimento econômico e da renda para apostar no que pode aprofundar os ganhos, como o ensino. Entre as constatações da mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), chama atenção um movimento inédito no país, constituído pela expansão da economia com redução da desigualdade, tendência que não chegou a ocorrer nem mesmo durante o chamado milagre econômico, por exemplo. A queda, mais pronunciada ainda nos estados da Região Sul, deve ser atribuída tanto à intensificação de programas sociais quanto a fenômenos como uma corrida à educação depois da estabilidade. A redução da desigualdade, simultaneamente à persistência de graves problemas sociais, é um fenômeno que deve ser bem administrado pelo poder público, fazendo com que o país possa continuar usufruindo desta força para impulsionar a economia. Ao comparar os dados de 2008 e-2009 com os da edição anterior, 2002-2003, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela uma tendência à sofisticação no consumo em contraste com resquício de um país mais desigual – cenário que, mesmo em retração, ainda desafia as políticas sociais. Mais de um terço das famílias brasileiras, por exemplo, reconhece o fato de nem sempre ingerir a quantidade que gostaria de alimentos. E só um quarto das famílias admite trabalhar com orçamento equilibrado. Em ambas as situações, as proporções são inferiores às registradas no levantamento anterior, confirmando-se, portanto, em queda. Até por isso, os resultados precisam estimular o poder público a persistir na busca de uma melhoria da qualidade de vida da população de maneira geral. O mesmo levantamento mostra um tipo de consumo com maior acesso a inovações tecnológicas, à casa própria e a eletro-eletrônicos, a TV a cabo e a alimentos dietéticos ou orgânicos. Em compensação, as facilidades ampliadas com maior nível de emprego e avanços salariais, juntamente com o crédito facilitado e a prazos mais longos, levaram a um maior consumo de itens como automóveis, fazendo com que os gastos com transporte, hoje, praticamente se igualem aos alimentos. Ao mesmo tempo, os dispêndios com saúde das famílias superam, de longe, os feitos com educação, o que reflete a preocupação dos brasileiros com a integridade física de seus familiares, apesar da elevada variação de preços dos planos privados e dos medicamentos. Referência: Diário Catarinense – 25/06/2010 – p, 10 (Editorial)
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