A revolução dos hábitos e da alma tem enorme impacto nos mercados, nas empresas e nas marcas.
Muito além da intensa revolução tecnológica que transforma o dia a dia, vivemos uma revolução humana, da alma, dos hábitos.
No mundo de tantas ofertas e supervalorização do dinheiro, as pessoas redirecionam suas bússolas para o natural e o essencial. Não estamos comendo pílulas em naves voadoras, como ficções nada científicas projetavam. A comida do futuro é orgânica. O carro do ano é a bicicleta.
As pessoas estão cada vez mais preocupadas em comer e em dormir livres de substâncias químicas. Diante de demandas incessantes da rotina hiperconectada, a solução é desconectar.
Estudos multidisciplinares realizados pelas melhores universidades do mundo apontam que a maneira mais eficiente de fazer tarefas é gastar menos tempo fazendo tarefas.
Uma série de ações disruptivas – como atividade física e pequenas sonecas durante a jornada, sono mais prolongado à noite, paradas momentâneas do trabalho para renovação de ares e pensamentos- aumenta o desempenho e a saúde. É o que alguns chamam de renovação estratégica, exemplificada pelos “nap podes”-casulos para sonecas instalados em empresas como o Google.
Nós não temos o poder de aumentar as horas do dia para atender às novas demandas do mundo, mas podemos aumentar a nossa energia. Tanto física quanto espiritual. Enquanto o nosso tempo é finito nossa energia é renovável.
Para Arianna, a noção de sucesso foi reduzida a poder e dinheiro. Pode funcionar no curto prazo, mas não é sustentável. Para vivermos a vida, é preciso encontrar essa terceira medida, a da felicidade, que, explica Arianna, sustenta-se em quatro pilares: bem-estar, sabedoria, encantamento e benemerência. As pessoas estão entrando nessa página.
Existe uma revolução em curso. Ela transforma o ser humano com ritos de passagem que conheço em primeira mão. Já fui fumante e deixei de fumar, já fui gordo e desleixado, mas hoje cuido da alimentação e pratico atividade física.
Sim, é possível mudar. Tudo está mudando. A revolução dos hábitos e da alma tem enorme impacto nos mercados, nas empresas e nas marcas. Todos terão que entender e aderir, melhor cedo do que tarde.
Assim como Steve Jobs mudou nossa forma de consumir tecnologia e entretenimento, Jhon Mackey, um dos fundadores da Whole Foods, quer mudar a forma como consumimos comida, rompendo hábitos que pode estimular doenças mortais como câncer e cardiopatias.
O lema deve ser: comida saudável, pessoas saudáveis, planeta saudável.
É nessa linha que o mundo caminha. Como diz Buda, ninguém pode nos salvar a não ser nós mesmos.
Referência:
GUANAES, Nizan. Revolução humana. Folha de S. Paulo, São Paulo, 1º de abril de 2014.
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