Nesta quarta-feira, 23, tem início a Semana Nacional de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença silenciosa que afeta pessoas de qualquer idade e é responsável a cada ano por cerca de seis milhões de mortes no mundo todo. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) participa com uma programação voltada aos profissionais e à população de um modo geral, com informações e alertas sobre a doença. A Semana Nacional de Combate ao AVC encerra-se na terça-feira, 29, Dia Mundial de Combate ao AVC.

A médica neurologista Gladys Lentz Martins, da SES, esclarece que o AVC ocorre em qualquer idade e também atinge crianças, sendo a segunda causa de morte no mundo. O AVC também é responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à AIDS, tuberculose e malárias juntas. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte e incapacidade, com reflexos de enorme impacto econômico e social.

A incidência do AVC em Santa Catarina, segundo estudo realizado em Joinville, é uma das mais elevadas do país, perfazendo 156,2 casos por 100 mil habitantes/por ano, sendo que 13% ocorrem em pessoas jovens, com idade inferior a 45 anos, com predomínio no sexo masculino. “Estes números são superiores aos encontrados em outros estados do Brasil e países como Austrália, Inglaterra e Japão”, observa Gladys.

A taxa de incidência ajustada por idade para a população mundial varia de 81 a 150 casos por 100 mil habitantes/ano. As taxas de mortalidade variam de acordo com a idade, sexo e o tipo patológico de AVC. Na faixa etária de 40 a 69 anos, a mortalidade anual, padronizada para a população européia é de 25 casos/100 mil habitantes (43 para homens e 19 para mulheres).

Gladys Lentz destaca que existe uma tendência mundial de queda na taxa de mortalidade, possivelmente por mudanças no controle dos fatores de risco. No geral, os países da Europa Oriental têm evidenciado as maiores taxas, ficando os menores índices para os Estados Unidos, Canadá e Suíça.

A cada seis segundos, independente da idade ou sexo, alguém em algum lugar morre de um acidente vascular cerebral. Isso, no entanto, é mais do que uma estatística de saúde pública.  A Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) vem solicitando medidas urgentes para o enfrentamento da epidemia silenciosa e lançou em outubro do ano passado, o slogan “Um em cada seis”. O tema Um em cada Seis foi escolhido para destacar o fato de que hoje, uma em cada seis pessoas no mundo inteiro terá um AVC durante a sua vida.

“A campanha refere-se não apenas ao fato de que o AVC pode ser prevenido, mas que os sobreviventes da doença podem recuperar-se totalmente e manter sua qualidade de vida com o atendimento e tratamento correto, aliado ao suporte adequado a longo prazo”, explica Lentz.

Segundo a médica, a campanha tem o objetivo de reduzir o impacto do AVC agindo em seis desafios básicos abaixo relacionados:

- Conhecer os fatores de risco: hipertensão arterial sistêmica, diabetes, colesterol alto, arritmias cardíacas (fibrilação atrial);

- Ser fisicamente ativo e exercitar-se regularmente;

- Evitar a obesidade, mantendo uma dieta saudável;

- Limitar o consumo de bebida alcoólica;

- Evitar o uso do cigarro; parar de fumar;

- Aprender a reconhecer os sinais de alerta de um AVC.

Programação:

Dia 23 - 18h - Divulgação da doença na Liga Catarinense de Neurologia, no auditório do Hospital Universitário (HU).

Dia 24 - 20h - Palestra aos profissionais da Saúde: Como tratar o AVC?, na sala de treinamento do Hospital Governador Celso Ramos.

Dia 25 - 9h – Estande no pátio de entrada do setor de Emergência do Hospital Governador Celso Ramos, com medição de pressão arterial e distribuição de panfletos sobre a doença.

Dia 26 – 10h - Caminhada de Combate ao AVC no Parque de Coqueiros, com medição de pressão arterial e distribuição de panfletos sobre a doença.

Dia 29 - Divulgação na mídia, entrevistas e distribuição de panfletos e cartazes sobre a doença.