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Sonhos que ultrapassam fronteiras
Carmen Jacceli Sepulveda Luna, de 18 anos, natural de San Cristóbal, na Venezuela, veio para o Brasil em dezembro de 2019, através do Programa de Intercâmbio de Jovens do Distrito 4740 do Rotary International.
Na sua cidade natal, ela era integrante do Interact Club de Táriba, e, através dele, conheceu os programas do Rotary. Quando surgiu a oportunidade de fazer intercâmbio, ela não pensou duas vezes para aceitar, principalmente porque teve o apoio da família: "Minha família me apoiou desde o início. Eles falaram que, como eu já tinha terminado o Ensino Médio, seria uma ótima oportunidade para mim, e como era uma chance única, decidi vir".
Carmen veio para Concórdia - SC em dezembro de 2019 e ficou na cidade até o início de novembro de 2020. Durante esse tempo, quatro famílias de rotarianos do Rotary Club de Concórdia a acolheram em suas casas. Aproveitando as oportunidades, também deu início ao curso Técnico em Edificações, no SESI/SENAI de Concórdia. Carmen conta que sempre foi muito bem acolhida e mantém contato com alguns integrantes de suas famílias-anfitriãs.
Em agosto de 2020, o intercâmbio de Carmen chegou ao fim, porém, devido à pandemia e à situação política e social da Venezuela, ela e sua família ponderaram sobre sua volta ao país. Após muito diálogo e tratativas com a comissão de Intercâmbio de Jovens do Distrito 4740, Carmen, já com dezoito anos, e sua família, decidiram que ela poderia permanecer no Brasil, na companhia de uma família venezuelana conhecida de seus pais. A nova moradia de Carmen será em Pains, Minas Gerais, cidade onde moram seus amigos venezuelanos.
Como a documentação exigida pelo Brasil para que ela pudesse permanecer no país estava sendo providenciada nos últimos meses, Carmen veio passar um tempo em Anita Garibaldi, a convite do Governador do Distrito 4740 de Rotary International, Fernando Júnior Ambrosio, e de sua esposa Fabiane, até que todos os documentos ficassem prontos. "Essa foi mais uma boa oportunidade que eu tive pelo Rotary; pude conhecer outra família, outras pessoas e também tive a experiência de trabalhar por um tempo em uma gráfica", salienta Carmen.
É importante ressaltar que, de acordo com o Jornal El País, o Brasil tornou mais fácil o processo de obtenção da autorização de residência para venezuelanos, reduzindo burocracias. A chamada Operação Acolhida (criada em 2018) foi assumida e ampliada pelo atual governo federal, com o trabalho conjunto de 12 ministérios, que facilitaram o acesso dos imigrantes venezuelanos a documentações e serviços.
Hoje, Carmen já se encontra com a documentação atualizada e ajustando os últimos detalhes para poder se mudar em definitivo para Minas Gerais: "Pretendo ficar no Brasil, me estabelecer aqui. Na Venezuela é muito difícil para os jovens conseguirem estudar; quero poder fazer minha faculdade aqui e voltar para meu país de origem apenas para visitar minha família que ficou lá, mas que se mantém em contato comigo todos os dias", comentou ela.
Para quem tem o interesse em fazer um intercâmbio fora do país, o conselho de Carmen é que vá em frente: "Faça um intercâmbio! É uma experiência incrível que te faz sair da zona de conforto; ao mesmo tempo que é muito bom, também te faz passar por dificuldades que te ajudam a crescer e amadurecer", finalizou ela.
Apesar de não possuir mais vínculos com o Intercâmbio de Jovens do Distrito 4740 do Rotary International, Carmen seguirá recebendo o apoio e o incentivo de rotarianos em sua nova cidade e no Brasil.
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