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Três Anitas unidas por uma emocionante história

O encontro de Annita com os anitenses

Por essas terras muito se ouve falar sobre a guerreira Anita Garibaldi que, segundo relatos, passou por aqui por volta de 1840 e, em homenagem a ela o município chama-se Anita Garibaldi. Mas o que nunca havia acontecido por essas terras era ter contato com alguém próximo à mulher Ana Maria de Jesus Ribeiro que se tornou por seus feitos e bravura a Heroína dos Dois Mundos.

Esse fato histórico aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2020, após 180 anos da passagem dela por aqui.

Autoridades municipais e convidados esperavam na Prefeitura pela chegada da bisneta de Anita Garibaldi, a descendente que, por coincidência ou destino, chama-se Annita Garibaldi Jallet, filha de Sante e Beatrice Garibaldi, e neta de Ricciotti, o filho mais novo de Anita e Garibaldi.

Era por volta das 10h30 quando ela chegou acompanhada de sua comitiva, ali iniciava o cerimonial de recepção organizado pela Prefeitura juntamente com o Departamento de Cultura e Turismo. Sorridente, com calma e carinho saudou a todos. Recepcionados no gabinete do prefeito João Cidinei da Silva, Annita e Aldício Cadorin, o qual é diretor do Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita), foram presenteados com réplicas em miniatura da Heroína dos Dois Mundos.

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Após a acolhida, a programação seguiu para a comunidade de Santa Ana, no local onde, de acordo com relatos, Anita teria atravessado o Rio Canoas em período de cheia sobre o lombo de um cavalo. No denominado Passo do Rio Canoas estava um grupo de cavaleiros à espera da bisneta, e em meio a eles estava representada Anita, com veste e bravura da heroína, sendo protagonizada por Larissa Nichele da Silva.

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Annita e a comitiva foram recepcionadas por João Paulo Salmória, proprietário do terreno, e por anitenses convidados da organização, incluindo o casal Carpi e Ida Durigon, representando as famílias de origem italiana no município. O cardápio trouxe para a atualidade os costumes vivenciados na época das guerrilhas, o tradicional arroz carreteiro, preparado no capricho por Nilson da Silva, o Sapateiro.

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Na calmaria a beira do lago e ao som de gaita e violão do Grupo de Idosos Conviver Santa Ana, o público pôde aprender ainda mais ou relembrar a história de Anita por essas terras, contada pela secretária de Educação, Cultura e Turismo, Enia Maria de Lima Scheuermann, baseada na carta que Anita escreveu para a irmã relatando sua passagem pela região.

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Cada detalhe despertava sorrisos e olhares admirados da visitante ilustre, dona Annita que, embora não falasse a língua portuguesa, mas a língua italiana, compreendia, em partes, o português e estava sempre auxiliada pelo historiador e na oportunidade também tradutor, Cadorin.

Após o almoço, a programação foi na Câmara de Vereadores em sessão solene, onde Annita Garibaldi recebeu o Diploma de Mérito Anitense, homenagem subscrita por todos os vereadores. O Rotary Club presenteou Annita com uma lembrança personalizada sobre a entidade e o município. Também foi exibido um vídeo apresentando as 39 comunidades do município através de maquetes.

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No período da tarde, a programação contou com a presença da presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Ana Lúcia Coutinho, representando o governador do estado, Carlos Moisés da Silva.

Após a sessão solene, a população aguardava em frente à Prefeitura para ver e ouvir Annita Garibaldi. Ali as bandeiras foram hasteadas enquanto era cantado o Hino de Anita Garibaldi, de autoria de Graciano Martello (in memoriam). Além da autoria do hino do município, ele é também um dos autores do livro "História de Anita Garibaldi: Antiga Colônia Hercílio Luz". Representando o finado esposo, Tereza Martello presenteou Annita com um exemplar do livro.

A programação contou, ainda, com poesia e música. Thiago Mateus de Lourenssi Oliveira declamou a poesia "Anita Garibaldi", e Laura Amorim cantou à capela a música "Anita Morena". Em seguida, a apresentação da Banda Marcial Municipal.

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A solenidade foi concluída com um dos momentos que simboliza a comemoração do bicentenário da heroína em 2021, o projeto internacional chamado "Uma Rosa para Anita", com o plantio de um exemplar da Rosa Híbrida no pátio em frente à casa da família Granzotto, ao lado da Praça Paulino Granzotto. A escolha do local, segundo o prefeito João Cidinei, foi por ser de uma das famílias pioneiras, estar próximo à Prefeitura e por já existir projetos futuros para o local abrigar a Casa da Memória do município de Anita Garibaldi.

Dois Mundos e Uma Rosa para Anita

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Os 200 anos da Heroína dos Dois Mundos, Anita Garibaldi, é celebrado no próximo ano, em 2021, porém a organização deste projeto já iniciou no ano de 2019 e algumas ações já estão sendo realizadas neste ano de 2020. 

Para marcar a data foi escolhido como símbolo um híbrido de uma rosa criada na Itália que está sendo plantada em diferentes cidades do Brasil, porém o projeto busca unir a América e a Europa passando por quatro países.

Ana Maria de Jesus Ribeiro, a eterna Anita Garibaldi, foi uma jovem que esteve a frente do seu tempo e lutou bravamente pelos ideais republicanos ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi, destacando-se sua coragem nas diversas batalhas em que participou em defesa da República Catarinense, da Republica Rio-grandense, da República Uruguaia e da República Romana, motivo pelo qual ficou conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".

Batizada ao nascer como Ana Maria de Jesus Ribeiro, a jovem Anita Garibaldi mudou para sempre sua vida e a história do mundo ao deixar a terra natal Laguna em Santa Catarina, aos 18 anos de idade, para seguir o revolucionário italiano, Giuseppe Garibaldi, que integrava as tropas revoltosas farroupilhas e que tomou a então Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, para ser capital da efêmera República Catharinense.

Isso aconteceu em 1839. Dali em diante, Anita e Giuseppe seguiriam juntos em diversas batalhas em solo brasileiro, uruguaio, mas principalmente, em chão italiano, onde ela bravamente participaria dos episódios que provocaram a reunificação da Itália. Não por menos, Anita também é considerada como a "Mãe da Pátria Italiana".

Quase 200 anos depois, seu nome volta a unir Brasil, Itália, Uruguai e também a República de San Marino. Os quatro países, através das cidades garibaldinas, como são conhecidos os municípios que têm relação com a história do casal revolucionário, estão organizando comemorações para marcar o bicentenário da Heroína dos Dois Mundos, que será comemorado em 2021.

"Entre seus objetivos, além de preservar e difundir a memória e a história, o projeto também pretende promover o turismo internacional, de caráter histórico, cívico e cultural em todas as cidades dos quatro países que aderiram ao projeto, compondo um roteiro internacional para realização de diversos eventos que deverão acontecer, sempre em comemoração ao bicentenário", explica o diretor do CulturAnita - Instituto Cultural Anita Garibaldi, Adílcio Cadorin.

O destaque do projeto é o símbolo do híbrido de uma roseira italiana, desenvolvida pelo botânico garibaldino Giulio Pantoli, que a denominou de "Rosa de Anita" e antes de falecer em 2018, doou os direitos autorais ao Instituto Da Vinci e ao Museu Renzi, que celebraram um Convênio com o CulturAnita. Trazidos para Laguna quatro exemplares, os mesmos foram entregues à UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, que através de seu Centro Tecnológico - CENTEC, desenvolveu e multiplicou in vitro os exemplares da Rosa de Anita, que foram plantadas nas cidades relacionadas com a história da Heroína dos Dois Mundos, incluindo Anita Garibaldi.

O projeto também está produzindo um livro intitulado: "Dois Mundos e Uma Rosa Para Anita", que terá edição trilíngue - espanhol, italiano e português, que conterá matérias relacionadas à Heroína e sobre os principais aspectos econômicos, culturais e turísticos de cada uma das cidades participantes do projeto. 


Municípios participantes do Projeto:

Cidades catarinenses que aderiram: 

Laguna, Imbituba, Tubarão, Curitibanos, Lages e Anita Garibaldi.

Cidades italianas que aderiram:

Argenta, Borghi, Cesenatico, Castrocaro Terme, Terra del Sole, Comacchio, Dovadola, Modigliana, Poggio Torriana, Ravenna, Sogliano al Rubicone e Verucchio.

Entidades promotoras no Brasil: CulturAnita - Instituto Cultural Anita Garibaldi, FCC - Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina, IHGSC - Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Consulado Italiano no Brasil, ABLSC - Academia Brasileira de Letras de Santa Catarina, ALESC - Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, TJSC - Tribunal de Justiça de Santa Catarina, UNISUL - Fundação Universidade do Sul de Santa Catarina e SANTUR - Santa Catarina Turismo.

Entidades promotoras na Itália e San Marino:

Touring Club Italiano, Museu e Biblioteca Renzi, Instituto Técnico Garibaldi-Da Vinci, Governo Regional da Emilia-Romagna, Ministério dos Bens Culturais e do Turismo da Itália, Associazzione Nazionale Veterani Reduci Garibaldini - ANVR, Segreterai di Stato Istruzione e Cultura Republica de San Marino, Unione Nazionale Ufficiali in Congedo d'Itália, AssociazionemNazionale Arma di Cavalleria de Cesena; Fundazione Meuso del Ressurgimento di Ravenna.

Entidades promotoras no Uruguai:

Associação Garibaldina de Montevideo, Intendência de Montevidéu, Governo Nacional do Uruguai.


Depoimentos

Annita Garibaldi Jallet - Bisneta de Anita e Garibaldi

"É um momento muito feliz e com uma acolhida muito calorosa e gentil, além de ser muito importante para o futuro e para o nosso projeto, pois o município está trabalhando para preservar a história de Anita, a qual lutou por ideal e por amor. Estando aqui entendo que é uma oportunidade de recordar a história de minha bisavó através da minha presença, o que me deixa imensamente feliz. Deixo a cada anitense, através deste jornal, o meu carinho e agradecimento pela maravilhosa recepção, foi um prazer conhecer o município que homenageia Anita Garibaldi."

João Cidinei da Silva - Prefeito de Anita Garibaldi

"Foi um dia inesquecível para o nosso município, um marco, extremamente importante para a história e a cultura de Anita Garibaldi, pois além do projeto do bicentenário e o plantio da rosa, tivemos a ilustre presença da bisneta, a Annita Garibaldi, e ficamos ainda mais felizes pela possibilidade de através da nossa heroína fazer parcerias com a Itália em prol do município e da população."

Enia Maria de Lima Scheuermann - Secretária Municipal de Educação, Cultura e Turismo

"O primeiro contato com o projeto foi em 2019 e com a informação da vinda de Annita Garibaldi tornou-se um evento ainda mais importante. Para a organização do evento foi criado o Conselho da Cultura e juntos nos dedicamos na organização da programação para recebê-los. Essa oportunidade mostrou para os alunos o quanto é importante valorizar a nossa cultura em dois aspectos: Anita Garibaldi heroína e Anita Garibaldi município, as escolas desenvolverão atividades relacionadas durante o ano."

Aldício Cadorin - Diretor do Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita)

"Estamos realizando o grande sonho de Anita: unir os dois mundos, por isso o nome do projeto: Dois Mundos e uma Rosa para Anita. Anita é a mãe da Pátria Italiana e é uma conterrânea nossa, catarinense. Agradeço ao município a adesão ao projeto, nós estamos de braços abertos para colaborar com o desenvolvimento do município."

Ana Lúcia Coutinho - Presidente da Fundação Catarinense de Cultura

"A visita de Annita Garibaldi é sinônimo da memória histórica catarinense, ela é um elo direto com a heroína. Percorrendo os municípios onde sua bisavó é parte da história intensivamente, abre muitas portas do Brasil, Santa Catarina e especificamente destas cidades com a Itália a nível de turismo, educação, patrimônio cultural e economia. Annita queria muito conhecer esse município que leva o nome de sua bisavó, ela queria ver com seus próprios olhos como Anita atravessou este rio, como essa mulher tão jovem teve tanta bravura. Em abril uma comitiva brasileira relacionada ao governo e a essas cidades estará na Itália trabalhando em busca do desenvolvimento nessas áreas através do nome de Anita Garibaldi."

Ana Maria de Jesus Ribeiro, a eterna Anita Garibaldi

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Anita Garibaldi (1821-1849), a Heroína dos Dois Mundos, recebeu esse título graças à participação, no Brasil e na Itália, de diversas batalhas ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi. Ela lutou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália. 

Seu local de nascimento é algo que gera incertezas, mas a maioria dos livros e relatos indicam que ela nasceu em Laguna, em 30 de agosto de 1821. Ana Maria de Jesus Ribeiro era filha de Bento Ribeiro da Silva, descendente de família portuguesa vinda dos Açores, e de Maria Antônia de Jesus.

Com a morte de seu pai, Anita foi obrigada a se casar com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar, em 1835, com apenas 14 anos. A cerimônia foi na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos. O casamento durou apenas três anos, o marido se alistou no exército imperial e Anita voltou para casa de sua mãe. A casa em que ela se vestiu para o matrimônio ainda existe e abriga hoje o Museu Casa de Anita, na cidade de Laguna.

Em 1839, Anita conhece Giuseppe Garibaldi, general italiano que desembarca no Rio de Janeiro, em 1935, fugindo de seu país, após lutar pela unificação de toda a península itálica sob a forma de república. Com o fracasso do golpe, Garibaldi foi condenado à morte, começando então uma vida de exílio. Se refugiou na França e depois veio para o Brasil, onde já se encontravam outros exilados italianos.

No ano de sua chegada ao Brasil, eclodiu no Rio Grande do Sul um movimento republicano, chefiado por Bento Gonçalves. Ao tomar conhecimento, Garibaldi apoiou a causa e a República Rio-Grandense colocou à sua disposição um veleiro, doze homens e alguns fuzis.

Durante a Guerra dos Farrapos, Giuseppe Garibaldi executou diversas façanhas, entre elas, tomou a cidade de Laguna, em Santa Catarina, ampliando os limites da República. Nessa epopeia, ele conheceu Ana e os dois se apaixonaram. Dele, ela ganhou o nome Anita, que é o diminutivo de Ana em italiano.

Anita, já unida a Garibaldi, participou ativamente do combate em Imbituba - onde hoje há um monumento que celebra esse batismo de fogo - e da batalha de Laguna em novembro de 1839, que marcou o fim da República Catarinense, onde carregou e disparou um canhão.

Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas do Império. Grávida de seu primeiro filho foi informada que seu marido havia morrido. Inconformada, conseguiu fugir a cavalo e saiu a sua procura, localizando o marido na cidade de Vacaria. Foi nesse momento de fuga que Anita teria passado pelas terras anitenses e atravessado os Rios Canoas e Pelotas sob o lombo de um cavalo a nado, originando então o nome dado a esse pequeno pedaço de chão chamado Anita Garibaldi.

No dia 16 de setembro de 1840 nasce seu filho Domênico Menotti. O casal teve mais três filhos, Terezita, Rosita e Ricciotti. Em 1842 casam-se na paróquia de San Bernardino, em Montevidéu. Nesse mesmo ano eclodiu a guerra contra a Argentina, onde Garibaldi comandou a frota uruguaia.

Em 1847, Garibaldi envia Anita e os filhos para a casa da mãe, em Nice na França, e em maio parte com 63 camisas vermelhas, a bordo do navio Esperança, a caminho da Itália. Anita acompanha o marido nas lutas para a unificação do país, como na batalha do Gianicolo, demonstrando grande bravura.

Em 1849, Garibaldi e Anita seguem para os combates em Roma, mas são perseguidos, e durante a fuga de Roma, vestida de soldado e grávida de cinco meses, Anita Garibaldi adoece em Orvieto, próximo à província de Ravenna, acometida por febre tifoide e não resiste. Anita Garibaldi faleceu em Mandriole, Itália, no dia 04 de agosto de 1849.

Em carta escrita à irmã alguns dias após a sua prisão seguida de fuga, escreveu-lhe Anita:

"Querida irmã: ... Além disso, tinha caída prisioneira dos imperiais, que zombavam de mim e dos farrapos, dizendo que estávamos desesperados e que estávamos até usando frágeis mulheres nos combates. A única coisa que eu podia fazer era manifestar meu desprezo por gente daquela espécie, com um pouco da gíria pitoresca de Laguna, que você conhece. Devem ter ficado irritados com a minha altivez, e o comandante deles me disse que eu não tinha motivo para ser arrogante, que me conhecia e sabia da minha fama de vagabunda e que eu ia ter o que merecia, já que o capitão José Garibaldi estava morto.

Finalmente chegou um tal general Albuquerque, que sentiu pena do meu desespero.

Olhando ao redor, notei que, na penumbra das fogueiras do acampamento, os soldados descansavam, cheios de cachaça, sem desconfiar de nada. Ninguém imaginava que uma mulher sozinha iria aventurar-se no mato. Saí da clareira pé ante pé, sem fazer barulho. Cheguei perto de alguns cavalos atrelados e segurei a crina de um que estava parado atrás dos outros, onde a escuridão era maior.

Logo depois, eu estava fugindo como o vento, através das matas, sem que ninguém tivesse notado. ... e procurei me orientar naquele sentido de Lages, mas não sei o quanto me desviei do caminho. Encontrei todo tipo de obstáculos, até mesmo um rio em cheia, o rio Canoas, como vim a saber mais tarde. Estava com fome e nem tinha certeza de que José tinha conseguido voltar para a cidade. Dois dias depois, cheguei numa casa que achei que estava reconhecendo. Felizmente, os camponeses sabiam a direção que os farrapos tinham seguido e me ofereceram café.

Você não imagina a delícia que foi aquilo. Eles queriam que eu descansasse e pernoitasse na casa deles. Não aceitei, pois não ia conseguir dormir. Estava muito angustiada ... . Não conseguia ficar tranqüila. Assim, bebi aquele café e fui embora, galopando no escuro."

O material desta carta foi disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação de Anita Garibaldi e relata trechos de uma carta enviada por Anita à sua irmã.

Este encarte contém entrevistas durante a passagem da bisneta Annita Garibaldi Jallet ao município de Anita e também conteúdo disponibilizado pelo Instituto Cultural Anita Garibaldi, situado no município de Laguna.


Hino do município de Anita Garibaldi - SC

Autor: Graciano Martello 

Nobre terra de gente faceira,

Verdes matas a te circundar,

Com a alma vibrante, altaneira

Este hino queremos cantar.

Refrão:

Anitenses, Avante, Marchemos!

Só fitemos um nobre porvir.

E na vida valentes seremos

Quais soldados que temem fugir.

Tua história fiel não desmente

Tradições que confirmam tua fé.

Por aqui já passou muita gente

E teu nome estará sempre em pé.

É um recanto de belas auroras

Onde vemos crianças brincar,

Onde o jovem seu sonho namora,

Onde o velho se põe o cismar,

Refrão:

Anitenses, Avante, Marchemos!

Só fitemos um nobre porvir.

E na vida valentes seremos

Quais soldados que temem fugir.

Segue Anita, num gesto garboso

O teu passo de Glória imortal,

Sempre em mira o porvir luminoso

Na conquista do teu ideal.

Sem temer os revezes da luta,

Olhos fitos no céu cor de anil,

Os teus filhos não fogem à disputa

De morrer pela Pátria O Brasil

Refrão:

Anitenses, Avante, Marchemos!

Só fitemos um nobre porvir.

E na vida valentes seremos

Quais soldados que temem fugir.


Quer conhecer mais sobre a história de Anita Garibaldi?

O livro escrito por Graciano Martello e Augusto Waldrigues que leva o título "História de Anita Garibaldi, antiga Colônia Hercílio Luz", é um dos livros que relata a trajetória da Heroína dos Dois Mundos, bem como dados importantes sobre a criação do município que leva o seu nome.


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