Aproximadamente 28 agricultores de diversos Municípios da região dos lagos e planalto sul catarinense, participaram do curso de agroecologia, com base na produção ecológica de uva. O evento promovido pela Prefeitura Municipal, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Instituto Brasileiro de Educação em Negócios Sustentáveis ? Ibens, aconteceu nos dias 03 e 04 de junho, no Município de Anita Garibaldi.

"Foram aulas práticas e teóricas", explicou o coordenador do Ibens na região, Gilmar Zolet Vieira.

Manejo ecológico de solos, para fundamentar o processo, teoria de trofobiose (princípio de alimentação e equilíbrio das plantas), foram alguns dos assuntos abordados durante o curso.

De acordo com Zolet, o objetivo é apresentar uma proposta diferenciada de cultivo, a partir dos princípios da produção ecológica. "Nossa finalidade é apresentar uma nova alternativa e ao mesmo tempo, desafiar os agricultores para que entrem neste processo de transição, trocando o cultivo convencional, para o modelo ecológico", afirma o encarregado do Ibens.

A parte prática aconteceu na quarta-feira (04), em duas propriedades rurais. Os produtores tiveram a oportunidade de conhecer experiências diferenciadas de pomares, sendo um em processo de implantação e outro em fase de produtividade. "A agroecologia está tornado-se uma questão de necessidade, por dois motivos principais: A alteração no clima, no qual à agricultura também contribui de forma direta e indiretamente, por meio da emissão de gás carbônico, que resulta no conhecido efeito estufa e, pela infinidade de doenças transmitidas ao ser humano, através da utilização dos agrotóxicos", ressaltou o engenheiro agrônomo do Centro Ecológico da Serra de Ipê no Rio Grande do Sul, palestrante do evento, Luiz Carlos Dihel Rupp.

Para ele, a agroecologia é uma tendência no mundo globalizado. "Os consumidores estão exigindo produtos seguros e que não sejam nocivos ao meio-ambiente", disse o especialista na área orgânica. Sobre a comercialização, ele afirmou que a procura por produtos sem agrotóxicos está se tornando cada vez maior. "O mercado está em plena expansão, basta apenas produzir com regularidade e se possível, estar organizado em alguma associação para tornar a comercialização mais facilitada", ponderou Rupp, afirmando que além da questão ambiental e saúde humana, os produtores são beneficiados com os preços, que na maioria das vezes chegam a ficar 30% acima do que os produtos convencionais.