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Jovem agricultor mostra a nova paisagem da comunidade do Rozário

Anita Garibaldi

A comunidade do Rozário, distante cerca de oito quilômetros do centro da cidade, é uma das mais antigas e tradicionais do município. Com a formação do lago da Usina Hidrelétrica Campos Novos, o lugar onde estava localizada a sede da comunidade, ficou totalmente coberto pela água. O que restou da igreja, salão comunitário, escola e algumas casas, estão submersos, há uma profundidade desconhecida pelos moradores. "É uma tristeza ver as ruínas da escola onde estudei no fundo do rio", lembra Gefferson Rodrigo Varela, 19 anos, morador da vila.

Para ele é difícil aceitar a nova realidade, pois cresceu acostumado com a paisagem. "Tudo mudou por aqui. A estrada foi alterada, ganhamos uma outra igreja, outros vizinhos, enfim, foi uma mudança completa. A imagem agora é outra bem diferente", ressaltou o jovem.

A alteração aconteceu em função da elevação do Rio Canoas em cerca de quinze metros. "Parece mentira, mas já cheguei a atravessar o rio caminhando pela água, durante uma seca que ocorreu há alguns anos. Agora isso é impossível de acontecer novamente", comparou ele.

A nova realidade, segundo o rapaz, trouxe mudanças não somente na paisagem, como também na fauna ambiental. O surgimento de animais, peixes e aves, até então desconhecidos começaram a ser avistado pelos moradores que sobrararam.

"Um dia desses peguei no anzol, uma piranha ainda pequena. Sempre pescamos na área, e nunca tive notícias de que alguém havia pego esse tipo de peixe anteriormente", contou o estudante. O aparecimento de animais silvestres também impressionou o jovem. "É grande a presença de capivaras e outras espécies de animais e aves diferenciadas", mencionou.

Se por um lado à transformação deixa saudades para ele, por outro, a nova realidade traz perspectivas de uma vida melhor.

O rapaz e seu pai, aproveitando o novo momento, construíram uma área de camping nas proximidades do lago. "Temos uma área bastante privilegiada, e isso nos serviu de incentivo para construirmos uma Pousada e toda a infra-estrutura necessária para receber visitantes e amigos".

Nos finais de semana, segundo ele, o lugar fica bastante movimentado. "As pessoas vem em busca de sossego e ar fresco. Também aproveitam para apreciar a paisagem e observar do que restou de nossa comunidade. Todos se admiram com as mudanças que aconteceram por aqui", diz Gefferson.

Aproximadamente seis famílias foram removidas para outros locais em função do alagamento. Mas a perda foi compensada, com a implantação do reassentamento da família Pulica e a conseqüente chegada de seis ou sete novas famílias.

Assim como o Rozário, a comunidade de Santa Ana, também em Anita Garibaldi, teve sua sede coberta pelas águas.

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