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Literatura traz conhecimentos aos presos de Anita

Anita Garibaldi

Os 17 presos da cadeia pública de Anita Garibaldi, estão tendo uma oportunidade ímpar de melhorem seus conhecimentos literários.

Há aproximadamente quatro meses, eles próprios tiveram a iniciativa de implantar dentro da prisão uma mini-bibliotéca. Com a ajuda de algumas autoridades da região a idéia tornou-se realidade. Atualmente o acervo chega perto de 200 livros e a cada semana chega mais e mais exemplares, através de doações vindas principalmente de autoridades penais.

Rodrigo Amorim, que está detido a seis meses, foi o principal idealizador da implantação da biblioteca prisional. "A idéia nasceu no sentido de trazermos livros para dentro da cadeia, e através disso, ajudar na resosalizaçao do indivíduo preso. A leitura aproxima do conhecimento e o conhecimento traz dignidade", ressaltou.

Para ele, os livros vão servir de incentivo para que todos tenham uma melhor perspectiva de vida após a liberdade.

Segundo ele o acervo compreende diversos livros de direitos civis do cidadão, e outras obras de literatura de vários autores como Machado de Assis, Érico Veríssimo, entre outros. "Temos vários tipos de livros, aqueles com uma linguagem mais facilitada, para melhor entendimento de quem está iniciando na leitura e outros com um linguajar num nível mais elevado, como o código civil e penal, fazendo com que saímos daqui sabendo de nossos direitos e deveres dentro da sociedade", afirmou Amorim que está cursando a primeira fase de Direito, na Uniplac em Lages.

Com o objetivo de aumentar o acervo existente, os presos lançaram uma campanha junto à comunidade, no sentido de que haja novas doações de livros. "Queremos fazer com que nossa coleção seja ampliada cada vez mais", lembrou.

O preso Oséias dos Passos é um dos que mais tem aproveitado o tempo livre para se dedicar à leitura. Ele revela já estar habituado à nova atividade. "Antes de entrar aqui, não tinha interesse algum pela leitura. Agora, a coisa mudou. Estou cada vez mais interessado pelos livros e o mais importante é que estou aprendendo várias coisas diferentes", disse Oséias, que está detido há mais de um ano, por ter praticado o crime de homicídio.

Na sua avaliação, se ele tivesse o acesso aos livros como acontece atualmente, "talvez não estivesse neste momento pagando por um crime cometido", salienta ele, afirmando que freqüentou a escola apenas até a sexta série do ensino fundamental.

O Diretor da cadeia, Alceu Corrêa, reconhece o esforço dos detentos em melhorar o aprendizado e também no enriquecimento do vocabulário com a prática da leitura.

"Tenho percebido um grande interesse de todos eles, principalmente daqueles com mais tempo de cadeia", comentou Corrêa.

Segundo ele, não existe um tempo determinado para a leitura, mas sempre tem observado o aumento pela procura dos livros.

De acordo com ele, uma das vantagens que o acervo proporcionou foi à melhoria no comportamento deles. "De um modo geral, isso ajudou bastante, haja vista, que anteriormente, sempre tinha alguma divergência freqüente entre eles e isso agora definitivamente acabou. O relacionamento está bem melhor, tanto é que, os mais instruídos, ajudam aqueles que tem alguma dificuldade nas leituras. É um clima de perfeita amizade e entendimento, e isso começou a mudar a partir da chegada dos livros", explicou o diretor, dizendo que o acervo, não só está à disposição dos detentos, mas sim de toda a comunidade.

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