Conectado e em contato
Percebemos a impaciência da humanidade com ela própria e com a natureza ao desejar tudo de imediato.
Percebemos a impaciência da humanidade com ela própria e com a natureza ao desejar tudo de imediato. Somos capazes de arriscar a nossa própria vida para passarmos alguns minutos a menos no trânsito. Somos capazes de perder a cabeça porque há cinzas no céu, quando não um denso nevoeiro que não permite que o avião decole. Estamos cercados por tecnologias que permitem quebrar barreiras temporais de forma praticamente instantânea, como há algum tempo atrás jamais poderíamos imaginar. Geralmente uma das primeiras coisas que fazemos ao acordar é ligar a TV. Enquanto tomamos nosso café da manhã olhamos hipnotizados para a tela da televisão, muitas vezes nem prestamos atenção no que ela fala, afinal a necessidade de tê-la ligada parece ser maior do que a precisão da informação por ela passada. No trabalho colamos os olhos nos computadores. Conectados à internet somos conectados ao mundo no qual não percebemos as aparentes fronteiras que nos são impostas. Se enumerarmos as principais utilidade da internet, duas características disputarão acirradamente o primeiro lugar: comunicação e informação, inseparáveis quando a questão é conectividade. Agora relacionando o avião que não decolou, a televisão falando sozinha e a conexão com o www, podemos perceber que cada vez mais o objetivo do homem é de manter contato. A TV não é ouvida porque ela não nos ouve, a internet é um sucesso mundial graças a sua interatividade e enquanto não inventarem o teletransporte viveremos resmungando com os inocentes Airbuses, que querendo ou não ainda são os únicos que respeitam os determinados limites, pelo simples fato de serem ultrapassados e dependerem de coisas supérfluas para um bom funcionamento, como a situação climática e as manifestações da natureza. Em pensar que há algum tempo, num passado nada distante, quando as matas de Araucária cobriam nossas terras, sobreviveríamos sem a menor necessidade de saber o que estava acontecendo do outro lado do mundo. Andaríamos com nossa prole numerosa de arrasto pelos verdes campos durante noites de céu estrelado, respirando o puro e gelado ar da serra para vermos nossos vizinhos distantes há quilômetros, sem reclamar se o nevoeiro dificultasse a passagem pelos carreiros. Evoluímos muito, tanto que perdemos a noção do que é estar em contato e do que é estar conectado.
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