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O que há por traz das linhas?

Pessoas que julgam ter um mínimo de sagacidade dizem que leem jornais e revistas para se interarem sobre o que está acontecendo nos mais diversos contextos sociais do Brasil e do mundo. Muitos dizem que a principal característica da leitura é esclarecer. Mentira! Sua principal característica é guiar.

Toda a linha que você lê existe para formar uma opinião, caso você não tenha um forte conjunto ideológico já formado, pode acabar se influenciando e trilhando o caminho que os textos ditam.

Ao lermos a coluna de política escrita por Guilherme Fiuza à Época no dia 30 de maio, onde ele fala da situação política do país com o PT no seu nono ano de governo e do caso do Ministro Palocci, fica fácil perceber o entusiasmo da revista com o governo petista.

Em comparação – como uma resposta à Época – a revista Veja publicou a carta ao leitor da edição do dia 1° de julho, com o mesmo enfoque dado à coluna de Fiuza, entretanto neste veículo de comunicação percebemos uma discreta crítica irônica ao governo por parte dos editores.

Esta variação de opinião existe graças a Liberdade de Imprensa, a qual garante o direito de denunciar situações de interesse público, disponibilizando informações formadoras de opinião. Infelizmente a voz de uma imprensa imparcial não chega a maioria da população, e quando chega a população não compreende o que se passa, por ser uma nação vinda de gerações privadas de desenvolvimento crítico.

Por várias vezes, deparamo-nos com meios de comunicação movidos pelas influências dos que estão no poder, matando a opinião editorial e se rendendo a reles transferência de informação, onde os principais editores são grupos que estão no poder estatal.

Não há como repassar neutralidade em um texto. Toda a redação tem um ponto de vista e deixa, mesmo que de forma subentendida, sua posição perceptível aos olhos de um bom leitor.

O que podemos dizer é que devemos ler o maior número de textos possível, buscando sempre construir por nós mesmos a nossa opinião, através de um olhar imparcial sensível aos detalhes que tornarão os nossos conceitos mais claros e corretos. Devemos ouvir a opinião da oposição e da situação, observar o passado e o presente imaginando o futuro, para que possamos relacionar com clareza as informações a nós repassadas com a realidade por nós vivenciada.

Devemos ler de tudo, mas devemos fazer isso com cuidado para que os deuses políticos não interfiram. Ler é perigoso e é com a leitura dos mais diversos textos encaminhadores à opinião, que chegaremos ao fruto do conhecimento do bem... E do mal.

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