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O álcool e os jovens

Proibidas para menores de 18 anos, bebidas alcoólicas estão cada vez mais presentes na rotina dos adolescentes.

Cerveja, vodka, vinho e uísque. Proibidas para menores de 18 anos, essas e outras bebidas alcoólicas estão cada vez mais presentes na rotina dos adolescentes. Sem limites e sem conhecimento dos pais, jovens ainda em idade escolar têm acesso livre aos drinques carregados de álcool em festas de formatura, baladas ou bares. O fenômeno é mundial. No Brasil, pesquisas mostram que 80% dos adolescentes já beberam alguma vez na vida e que 22% estão sob risco de desenvolver dependência de álcool.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos é proibida no país. Apesar disso, a realidade revelada por pesquisas recentes tem demonstrado que o uso de álcool por jovens no Brasil é frequente, e se inicia em um momento da vida que predispõe esses indivíduos a prejuízos físicos, sociais e a saúde. De acordo com os resultados do primeiro levantamento sobre o consumo de substâncias psicoativas entre estudantes do ensino fundamental (8º. e 9º. ano) e médio (1º. a 3º. ano) da rede privada de ensino de São Paulo, divulgados recentemente pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), cerca de 80% dos estudantes já fizeram uso de álcool em algum momento de suas vidas, sendo que a média da idade de início do uso desta substância está em torno de 12 anos.

Digna de nota é a constatação de que a maioria (46%) dos estudantes que já fizeram uso de álcool relatou ter recebido a primeira oferta de álcool de um familiar em sua própria casa, seguidos de 26% cujo local de primeiro uso foi a casa de um amigo e apenas 16% em um bar ou casa noturna.

As estratégias de conscientização e fiscalização do limite legal para compra de bebidas alcoólicas em nosso país parecem ser insuficientes, e incluem a educação da família e da comunidade, que deveriam ser os principais atores na prevenção do uso de álcool entre os jovens. Ainda não existe, no Brasil, uma exigência legal de projetos de ensino que tenham como objetivo a prevenção, orientação e assistência em relação ao uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

Investir na viabilização de estratégias educativas efetivas, em conjunto com membros da família e escola, é uma necessidade imediata e deve ser priorizada no sentido de suportar a redução do uso nocivo de álcool e suas consequências adversas na sociedade como um todo. Se pais e professores não forem referências para os jovens, todo e qualquer esforço será em vão.

Vale o sábio ditado: "O exemplo não é a melhor forma de ensinar algo para alguém. É a única".

 

ANDRADE, Arthur Guerra de. In Diário Catarinense ? Ano 25 ? n. 8.840. 09/07/2010 ? p. 10

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