Houve um tempo em que a migração dos moradores da região nordeste do país para os estados do Centro-Sul, considerados os mais ricos e desenvolvidos do país, era forte. Todos buscavam melhores condições de vida nas cidades grandes, sufocando ainda mais a já complicada vida social, política e econômica nestes lugares. Entretanto, nos últimos anos, o número de migrantes nortistas tem diminuído, sem contar que os que já tinham migrado estão fazendo planos cada vez mais fortes para voltar às suas antigas cidades.
O êxodo vivido no Brasil era composto por pessoas que seguiam sempre em busca de um trabalho em que as condições fossem favoráveis a seus anseios, sejam financeiros, profissionais ou de qualquer outra natureza. Porém, ultimamente, a mão de obra não vem mais de tão longe como vinha antigamente, tanto que de acordo com o que foi dito pelo Gestor de Contratos da empresa Triunfo, em entrevista para o Jornal Correio dos Lagos, oitenta por cento dos contratados pela empresa para trabalhar na construção da Usina Hidrelétrica Garibaldi são de um raio de quinhentos quilômetros, enquanto apenas dois por cento são do Norte ou Nordeste, o que vai contra o modelo de “barrageiro” (como ficaram conhecidos os trabalhadores das construções da barragem) imaginado pela maioria dos habitantes da Região dos Lagos.
O fato que aconteceu no canteiro de obras de Garibaldi, quando incêndios destruíram alojamentos e lavanderia, movimentou todos os trabalhadores da empresa construtora. Observou-se nesta situação que agora os migrantes vindos para trabalhar são das redondezas. A figura que prevalece no contexto de “homem que busca melhores condições de vida através do trabalho” é a do homem sulista, catarinense e gaúcho. Assim, pode-se chegar a conclusão de que seja aqui ou em qualquer outro lugar do país, há a necessidade de muitos trabalhadores em adaptar-se a diversas situações para conseguir alcançar seus objetivos idealizados.
Firmou-se após este incidente a imagem de que o brasileiro que transpõe qualquer fronteira para chegar aos seus objetivos, mas que em diversas vezes não contam com tamanha atrocidade e vandalismo em seu caminho, como podem ser classificados os últimos atos pelos quais a Barragem de Garibaldi passou.
Deixe seu comentário