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O ciclo da contaminação

 As coisas parecem estar mais complicadas com o passar dos anos. Antigamente no setor da agricultura a exigência para uma boa produção era menor. Não se ouvia falar em utilizar “venenos” para combater as pragas das lavouras, o meio para isso era a enxada, o trabalho braçal.

Isso foi mudando para pior no que se refere à saúde e ao cuidado com o meio ambiente, tudo graças à utilização de agrotóxicos. 
Segundo dados do Ministério da Agricultura nos últimos trinta anos o uso destes produtos quintuplicou, e hoje o Brasil é considerado o quinto país no mundo a consumir estes produtos na agricultura. E do jeito que as coisas se encaminham a tendência é aumentar. Falar em carpir ou qualquer coisa que remeta ao esforço físico embaixo das intempéries do tempo não está no agrado de ninguém, talvez de poucos.
Eis que surge a questão: necessidade ou facilidade?
Necessidade na diretriz de que falta mão de obra, e facilidade devido à rapidez da aplicação dos produtos. Aos que não sabem as consequências que os agrotóxicos causam à vida podem dizer que seria a união do útil ao agradável. Mas, não.
Desde que o mundo passou a ser induzido a utilizar esses combatentes, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial na Revolução Verde (décadas de 60 e 70), o perigo só cresce. Colocaram na cabeça das pessoas que a fome seria extinta do mundo, e foi? Não, não foi. O resultado disso foi à dependência das plantações ao uso de inseticidas e herbicidas para boas colheitas.
A dependência é tão extrema que chegamos ao ponto de um agrotóxico ser usado para combater o outro, e desta forma a “cascata” de consequências atinge a todos.
A todos mesmo, no sentido integral da palavra. Não são atingidos apenas os que produzem o alimento ou que moram próximos as áreas de plantações, mas a quem come o que é produzido, sendo assim a todos.
Dentre as tantas negatividades destacamos nesta edição o uso indevido de agrotóxicos, que estão causando danos na agricultura da Região dos Lagos.
Já que, infelizmente, há em certos casos uma necessidade extrema de utilizá-los então que no mínimo sejam tomadas precauções na aplicação. Utilizar roupas devidamente protetoras no momento de aplique é extremamente necessário. Outro fator é o descarte adequado das embalagens, que são de obrigação dos usuários em devolver, e da empresa vendedora em recolher. Mais uma coisa, nem todos os agrotóxicos são liberados a venda, há aqueles que são proibidos à comercialização.
Diante de tanta coisa em desagrado finaliza-se dizendo que todo ser vivo exposto a agrotóxicos sofrerá algum tipo de dano no seu organismo, pode ser de imediato ou mais tardio. Por isso, vale destacar aos heróis que produzem bons frutos sem a utilização de “venenos” e convivem com a desvalorização do mercado e o escasso apoio do governo.
Em resumo o que se conclui é que a situação da agricultura está ficando cada vez mais complicada e caminha a passos largos a crescente desvalorização.
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