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Caso Gabrielli
Condenado por estuprar uma menina de um ano e meio, Oscar Gonçalves do Rosário volta para Canoinhas de cabeça erguida. Com Foguetes e muita festa, Oscar foi recebido pela sua família no Bairro Cristo Rei
Depois de passar três anos e 14 dias na Penitenciária Industrial, em Joinville, pela acusação de estuprar a menina Gabrielli, de 1 ano e meio e depois assassiná-la, em março de 2007, Oscar Gonçalves do Rosário, finalmente voltou para casa.
Foi recebido com fogos de artifício e muita festa, no bairro onde morava, o Cristo Rei, pelos seus pais Gracilda e Osmar, seus três irmãos, parentes e a vizinhança que o esperavam na última quinta-feira, 18.
Desde o início das acusações se dizia inocente e nunca perdeu a esperança de que tudo seria esclarecido e que justiça seria feita.
Na prisão, viveu momentos terríveis nos primeiros dias, onde não via ninguém e não saia da cela. Depois, com o passar do tempo, começou a estudar e a trabalhar, ocupando assim o seu dia, o que não lhe dava tempo para pensar em coisas ruins.
Os amigos que fez lá dentro da penitenciária, em Joinville, também lhe deram força e foram a sua segunda família.
Pretende voltar a estudar e a trabalhar e não quer mais sair de Canoinhas. Acha que logo conseguirá refazer a sua vida, pois aqui as pessoas o conhecem e sabem que é uma pessoa de bem.
Sem advogado, quando foi pego, após a morte da menina, assustado e sem saber o que fazer, falou o que lhe mandaram falar. Foi encapuzado e seus pés e mãos foram algemados.
No dia que tudo aconteceu, Oscar disse que só havia feito uma ligação para sua irmã há meia hora da morte da menina e após retornou a Canoinhas. Estava bem longe da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no bairro Iririú, em Joinville. Morava na casa de um tio, naquela época.
Ainda não conseguiu entender porque foi acusado, afinal outras pessoas também viajaram naquele dia.
A Polícia terá novamente que recomeçar a investigação, para apurar realmente o que aconteceu e não se sabe ainda quanto tempo isso levará.
A mãe de Gabrielli Cristina Eichholtz, Andréia não acredita que a menina sofreu abuso sexual e começar novamente toda a investigação, será de muita dor para toda a família. Ela só que saber o que realmente aconteceu e se houver algum culpado, que seja punido. Pode ser também que tenha ocorrido um acidente e Gabrielli tenha caído na pia batismal.
Oscar ainda não sabe se vai tentar uma indenização, pelo erro cometido, sua advogada é quem está cuidando de tudo. Mas, os juristas consideram o momento inadequado. O TJ disse que Oscar não foi considerado inocente e sim que o processo tinha falhas na parte de investigação policial, por isso Oscar foi liberado.
As investigações, o trabalho do Ministério Público e as audiências na Justiça foram anulados. Há apenas um boletim de ocorrência, registrando a morte da menina.
A decisão do Ministério Público não é irreversível. O Promotor poderá recorrer em 15 dias, a partir da decisão, ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Se não houver recurso, as investigações poderão recomeçar.
O Promotor que atuou no caso, Andrey Amorim, se for convocado novo julgamento, voltará a pedir a condenação de Oscar. Ele ainda não leu a decisão e só depois poderá avaliar se recorre ao STJ ou recomeça as investigações.
Cinco desembargadores votaram a favor da anulação do caso e quatro contra.
Para todos que o esperavam aqui em Canoinhas, o que importa agora é que Oscar está livre, e com sua família, que tanto ama.
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