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Uso indevido de agrotóxicos causa prejuízos na região

Os prejuízos são visíveis principalmente na fruticultura

 Há anos a agricultura vem passando por diversas transformações. Pensar em como os alimentos eram produzidos há cinquenta anos e a maneira como são produzidos atualmente é uma grande evolução, porém houve a necessidade de intensificação no uso de agrotóxicos, e esta é uma das preocupações de produtores e agricultores na Região dos Lagos.

O destaque é para a utilização de um forte herbicida o 2,4D, que juntamente com o 5-T era utilizado como desfolhante na guerra do Vietnã (1955 a 1975) pelas tropas americanas e que ficaram conhecidos como “Agente Laranja”. O uso destes produtos deixou sequelas irreversíveis em aproximadamente 4,8 milhões de pessoas e grande parte desta população sofreram com malformação congênita, câncer e síndromes neurológicas em crianças, mulheres e homens daquele país e inclusive nos soldados americanos, e os sintomas atravessaram gerações. Logo o 2,4D passou a ser utilizado na agricultura ficando conhecido popularmente pelos agricultores como “Herbide”. 
Porém, o que mais preocupa a população nos dias atuais é que este poderoso herbicida hormonal, ou seja, que afeta diretamente as células, tem sido usado continuamente na agricultura e é vendido até hoje. A molécula do 2,4D esta presente em alguns herbicidas muito utilizados na região para de secagem e limpeza de potreiros. O grande problema é que sua molécula é muito leve e se espalha rapidamente, atingindo outras plantações vizinhas. 
Na região alguns agricultores e criadores de gado estão utilizando o 2,4D, porém ao utilizá-lo o produto espalha-se pelo ar e está afetando outros produtores, causando prejuízos principalmente na produção frutíferas como a uva, melancia, morango, maçã e pêssego.
Se naquela época durante a guerra o produto fez milhões de vítimas, imagina hoje se vários problemas de saúde não estão sendo afetados devido ao uso indevido deste produto? Vale ressaltar também, que muitas vezes a utilização não é feita de forma adequada, com o devido uso de equipamentos de proteção e na dosagem certa assim consequências podem ser irreversíveis. 
Sabe-se que a mão - de - obra principalmente, na área rural é escassa e muitas vezes não se encontram pessoas disponíveis para realizar determinados serviços, como exemplo na limpeza de áreas, e estes produtos são utilizados. Porém vale chamar a atenção dos agricultores, que o uso deste tipo de produto afeta diretamente a saúde de quem o utiliza e de pessoas próximas, além de causar prejuízos a outros produtores.
Segundo o engenheiro agrônomo do município Abdon Batista Juliano Mecabo, existe herbicida com a mesma finalidade e com princípios ativos diferentes que não são tão prejudiciais a saúde e nem as culturas frutíferas como, por exemplo, produtos com o principio ativo Paraquati. Na esfera Federal e Estadual não existem leis em vigor que proíbam o uso deste tipo de produto, porém cada município tem a autonomia de proibição e fiscalização ao uso e venda de produtos com a molécula do 2,4D. “Atendendo os anseios dos fruticultores e preservando a saúde dos agricultores do município, Abdon Batista vai seguir a mesma linha de raciocínio de municípios da região aderindo a este tipo de lei”, comentou o engenheiro.
Visitando a propriedade do Sr. Rogério Rosa, na comunidade de Bom Jesus, em Abdon Batista é perceptível os prejuízos na fruticultura. Segundo ele, há anos vem sofrendo com a ação deste herbicida. “Eu não utilizo porém nas proximidades percebemos esta utilização até mesmo pelo cheiro forte do Herbide, é sentido a longa distância e logo que isso acontece já percebemos o abortamento das flores e frutos das plantações”, comentou seu Rogério que mostrou sua plantação de noz-pecã que esta com 6° ano de plantio e no 2° ano de produção, já com uma produtividade esperada para este ano de 15 a 20 Kg por planta, assim esperava colher já 1,5 toneladas do fruto, porém aproximadamente 60% dos frutos (nozes) já se perderam e estavam caídos no chão.
O agricultor bem como outras pessoas que relataram prejuízos em sua propriedade, pedem para que as pessoas se conscientizem   quanto ao uso desses produtos, pois muitas famílias têm sua fonte de renda da fruticultura.
Recentemente durante evento realizado em Abdon Batista, focando a saúde do homem, um exame que detecta a intoxicação por agrotóxicos foi realizado nos agricultores e os resultados preocupam.
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