Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
>> HOSPITAL FREI ROGÉRIO - ANITA GARIBALDI
Confira a matéria completa:
O Correio dos Lagos conversou com a Associação Beneficente do Hospital Frei Rogério para explicar a comunidade, detalhadamente, sobre quais são as despesas e arrecadações da instituição, tendo em vista a negação do projeto de solicitação de apoio financeiro encaminhado a Prefeitura Municipal de Anita Garibaldi.
Segundo informações repassadas pela Associação, o hospital possui 24 funcionários, o que gera uma despesa mensal de aproximadamente R$ 57.000,00, entre as folhas de pagamentos mais os encargos. Os médicos que atendem no hospital não estão entre esse número de 24 funcionários, pois são pagos pela Prefeitura.
Além disso, mensalmente, o hospital paga em média R$ 15.000,00 ao INSS, o valor é mais alto devido à entidade não ter a filantropia. De Fundo de Garantia o valor gira em torno de R$ 3.500,00, já entre água, luz e telefone o custo é na média de R$ 3.000,00. Todos esses gastos somados ainda à manutenção, materiais de consumo e medicamentos, e alimentação chegam ao montante de mais ou menos 100 mil reais de despesas todo mês. E a tesoureira da associação, Inês Bernadete Gehrke, complementa, ainda: "Trabalhamos com o quadro de funcionários de Enfermagem no mínimo exigido pelo COREM. Não temos recurso para pagar tudo que gera de gastos", comentou Inês.
Sobre o que o hospital recebe de valores mensalmente, segundo Inês, varia conforme os atendimentos realizados, além do apoio por meio de doações e promoções feitas pela associação. O Sistema Único de Saúde (SUS) repassa na média de R$ 44.000,00, e os convênios SC Saúde e Unimed depende de quantos pacientes são atendidos por meio deles, mas está em torno de R$ 2.000,00. Atendimentos particulares são raros. Os procedimentos que são encaminhados pelas Unidades de Saúde dos municípios vizinhos são pagos por meio de emissão de nota fiscal. "Porém não gera uma receita numerosa de retorno ao hospital com esses procedimentos", acrescentou a tesoureira, comentando que a Prefeitura de Anita ainda está com notas a pagar para o Hospital até a presente data.
O projeto orçado no valor de R$ 125 mil mensal foi negado pelo prefeito Ivonir Fernandes da Silva, mas a Associação diz esperar uma contra proposta em forma de diálogo no prazo de noventa dias, caso contrário serão tomadas medidas, como suspender os atendimentos de Pronto Atendimento, e só realizará internamentos via Sistema Único de Saúde.
Segundo a associação, nesse período a Administração Municipal terá que se adequar para realizar o Pronto Atendimento. "Pois urgência e emergência são obrigações do Município. Há um convênio com o hospital para fazer esse tipo de atendimento, mas o valor está defasado, por isso se não houver um acordo financeiro teremos que paralisar esse tipo de atendimento", disse Inês.
O que é sobreaviso?
Das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30, os atendimentos realizados pelos médicos no hospital são: particular, convênio, urgência e emergência e os encaminhamentos feitos pela Unidade de Saúde, pois estão cedidos do posto para atenderem no hospital. Todos atendimentos a nível hospitalar.
Das 19h às 7h, os médicos ficam de sobreaviso e não de plantão. Qual a diferença? Sobreaviso: médico a distância apto a ser chamado em caso de urgência e emergência. Plantão: médico presencial, ou seja, o tempo todo dentro do hospital do início ao fim do horário do plantão, atendendo toda a demanda. Os médicos são pagos para sobreaviso, e não para plantão. Se for urgência e emergência não é cobrado. Se alguém quiser fazer uma consulta, por exemplo, por resfriado, dor no joelho, dor de cabeça, mostrar exames... será cobrada a consulta, pois não se trata de urgência e emergência.
Quem faz a triagem de urgência/emergência? É feita primeiramente pelo enfermeiro de plantão e posteriormente pelo médico de sobreaviso: A Prefeitura paga sobreaviso aos médicos nos seguintes horários: segunda a sexta no período noturno das 19h às 7h, ou seja, de segunda a sexta durante o dia a Prefeitura não paga sobreaviso aos profissionais médicos. Fim de semana o sobreaviso ocorre de dia e a noite, lembrando que sempre para casos de urgência e emergência.
Nota emitida pela Associação Beneficente Frei Rogério sobre o projeto encaminhado a Prefeitura Municipal de Anita Garibaldi
Qual a importância deste projeto para o hospital?
1º Regularizar a situação com exigências das portarias, que exige uma entrada única para todos os pacientes com consultório médico atendendo 24 horas no modo plantão e pelo SUS.
2º Regularizar a situação dos atendimentos dos consultórios particulares em anexo ao hospital, sem dupla jornada de trabalho para os médicos. Hora de trabalho dos médicos cedidos pela Secretaria não pode ser atendido em consultórios particulares deve estar dentro do hospital atendendo no consultório cadastrado no CNES do hospital e atendendo conforme o nosso contrato com a Secretaria do Estado.
3º Regularizar as cobranças de convênios e particularidades com entrada pelo hospital e não pelos médicos, e posterior dando continuidade do atendimento conforme a escolha do paciente.
Ex: Atendido no consultório particular não pode internar pelo SUS, deve internar particular, toda continuidade deve ser realizada pela escolha inicial do paciente. Mantendo os consultórios do jeito que estão não temos controle desta entrada, por isso precisamos centralizar os médicos para este consultório no atendimento 24 horas.
4º Regularizar a estrutura física para pararmos de sermos notificados pela Vigilância sanitária, Coren e Cofen devido à falta de classificação de risco que está no nosso contrato e exigências das portarias que norteiam o contrato.
5º Segurança para os profissionais da instituição nos casos de urgência e emergência que não ficarão mais sozinhos no primeiro atendimento, nos casos de hoje perdem tempo até o médico chegar para conduta inicial.
6º Poder de escolha de quais os médicos queremos atendendo em nossa instituição.
7º Poder de controlar os médicos conforme as escalas de trabalho e conforme regimento interno da instituição atendendo a necessidade da instituição e da comunidade.
Qual a importância deste projeto para comunidade?
1º Médico 24 horas presencial atendendo no hospital;
2º Laboratório (exames) 24 horas funcionando;
3º Classificação de risco para os pacientes no Pronto Socorro;
4º Oferecer mais dignamente os princípios que a população merece e o SUS determina: universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde;
5º Atendimento mais rápido e com segurança para os pacientes e os profissionais;
6º Receber um atendimento digno humano e com condições certas de diagnóstico preciso para doenças que os pacientes apresentam.
Toda ajuda é bem-vinda
Campanha ajude o Hospital Frei Rogério!
Faça sua doação espontânea no Banco do Brasil ou SICOOB:
Banco do Brasil, conta 19709-2, agência: 1446-x
SICOOB, conta corrente 9014-0, agência 3080
Qualquer valor é aceito!
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Matéria sobre o Hospital Frei Rogério
Edição 497 de 13.04.2016
A Administração Municipal, na pessoa do Prefeito Ivonir Fernandes, vem prestar esclarecimento à população de Anita Garibaldi, com referência ao apoio dispensado ao Hospital Frei Rogério.
Ao contrário do que estão tentando pregar à comunidade, o Hospital Frei Rogério é uma entidade particular e pertence à Pia Sociedade dos Padres Carlistas, e não à Prefeitura Municipal, e é gerenciado e está sob a responsabilidade da Associação Beneficente Frei Rogério, e não do Prefeito Municipal.
O que o Município tem feito e continuará fazendo é dar apoio à Associação para que o Hospital tenha condições de continuar prestando atendimento à população de Anita Garibaldi:
a) Como forma de apoio, a Prefeitura paga o salário integral aos três médicos e eles atendem meio período por dia no Hospital, não podendo cobrar consulta de ninguém, no período em que estão sendo remunerados pela Prefeitura. Para conhecimento de todos, a Prefeitura pagou de salário bruto aos médicos o valor total de R$ 411.944,13, durante o ano de 2015.
b) Como forma de apoio, a Prefeitura paga um dos médicos, durante o período em que os Postos de Saúde estão fechados, ou seja, à noite, nos feriados e finais de semana, para que preste atendimento no Hospital, mantendo-se de sobreaviso, sendo chamado sempre que necessário, não podendo cobrar consultas nesse período para os atendimentos de urgência e emergência. Para conhecimento de todos, esse serviço custou à Prefeitura a importância de R$ 284.011,20, durante o ano de 2015.
c) Como forma de apoio, a Prefeitura paga ao Hospital os exames de Raio X, e o complemento aos atendimentos do SUS, requisitados pelos médicos. Esse repasse custou à Prefeitura no ano de 2015, a importância de R$ 66.819,75.
No ano de 2016, até março, já foram encaminhadas para a Prefeitura, notas desses serviços no valor total de R$ 34.373,90, equivalendo à média de R$ 11.457,96 por mês.
Mas então o que a Associação pediu ao Prefeito e ele disse não?
Foi apresentado um Projeto para Manutenção, Plantão Pronto Socorro, Psiquiatria e Laboratório, onde a Prefeitura teria que repassar ao Hospital o valor de R$ 125.217,17 por mês, num total de R$ 1.502.606,04 no ano.
A resposta para este Projeto foi não, porque a Prefeitura não tem esse recurso, e tem uma deficiência financeira muito maior do que a do Hospital, e se o Prefeito não tivesse tomado umas atitudes drásticas e corajosas, a Prefeitura já teria fechado as portas ou tido uma intervenção do Tribunal de Contas.
Como se vê, embora de forma modesta e dentro de suas possibilidades a Prefeitura continua ajudando o Hospital, porém a Associação é quem administra e tem que tomar as medidas necessárias para manter o Hospital atendendo, a começar pela folha de pagamento, pois hoje tem mais de 20 funcionários.
Não adianta ir no Jornal e na Rádio falar mal do Prefeito que não vai resolver a situação. A Comunidade de Anita tem que ser chamada ao diálogo e junto com a Associação decidir se quer o Hospital funcionando e de que forma, e o povo também tem que ser informado dos números, dos dados e do que efetivamente está sendo feito, quais as reais dificuldades que existem e o que está sendo feito para saná-las.
Fazer tudo de graça para todos é muito bonito, mas não funciona, de algum lugar ou de alguém, vai ter que sair o pagamento, por isso temos que ter coragem e enfrentar a realidade, e os usuários dos serviços tem que dar a sua parcela de contribuição, como faziam, por exemplo, no tempo em que as Irmãs administravam o hospital.
Se custa 10 e o SUS paga 2, de algum lugar vai ter que sair a diferença.
Por isso não adianta ficar tentando achar os culpados, temos é que achar uma solução.
Ivonir Fernandes da Silva - Prefeito Municipal
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