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A luta diária de uma família Autista

Kely Matos

Na Região dos Lagos, ações foram realizadas a fim de chamar a atenção da população. Em Abdon Batista uma caminhada foi organizada pelos pais do menino Artur, que hoje tem cinco anos de idade e foi diagnosticado com Autismo aos dois anos e meio.
Arthur é filho de Silvana Pacheco Borges e Fernando Borges e a ideia de fazer algo que chamasse a atenção da população para a existência do Autismo foi da mãe que é professora no município. "Eu já queria ter feito algo no ano passado, mas como não foi possível, esse ano resolvemos fazer algo que chamasse a atenção. Pesquisando e conversando com os professores e colegas surgiu a ideia da caminhada. Como os recursos são poucos, chamamos a comunidade escolar e a população para que vestisse azul, que é a cor do autismo, e se unisse a nós nessa causa", comentou Silvana, destacando que o objetivo da caminhada foi chamar a atenção da população para a existência do Autismo e que a pessoa autista  tem suas limitações, mas que se descobrir no início e se bem tratada pode levar a vida normalmente. "Desde que começamos o tratamento o Artur tem mostrado uma melhora significativa e muitas coisas boas", enfatizou.
Silvana comenta que quando descobriram que Arthur era autista demoraram cerca de seis meses para iniciar o tratamento. "Ele tinha mais de três anos quando iniciamos o tratamento em Blumenau, eu sabia que tinha muita coisa a ser feita, mas era tudo muito novo e até que tivéssemos um norte e um caminho a seguir demorou um pouco. Pesquisei muito até encontrar o tratamento e hoje a gente tem um outro Arthur, totalmente diferente do início", destaca Silvana.
Arthur leva uma vida normal, ele frequenta o ensino regular e está na pré-escola, mas já apresenta um avanço e tem habilidades em destaque com os números e o inglês, algo que ele aprende brincando. O menino também frequentava o grupo AMA - Associação dos Pais e Amigos dos Autistas da cidade de Campos Novos, porém devido as dificuldades e por se tornar cansativo tanto para Arthur como para os pais, eles decidiram por parar, por enquanto, mas pretendem mais para frente manter o acompanhamento. Silvana frisa a persistência que ela, o marido e o Arthur devem ter diariamente, pois as atividades em casa são diárias. "Eu trabalho diariamente cerca de 40 a 50 minutos de atividades com o Arthur, além das atividades rotineiras com o serviço da casa que ele me ajuda".
Perguntada sobre o que fazer quando os pais descobrirem que seu filho é autista, Silvana com brilho nos olhos diz: "Nunca desistam de seus filhos, o amor é incondicional e nada vai substituir o amor de um pai por um filho. Sempre enfrentem, pois penso que eu tenho ele comigo e vou ter para o resto da vida. Quando eu consigo algo com ele é muito gratificante e cada palavrinha, cada coisa que ele aprende é uma vitória para nós".
O autismo de Arthur é designado pelo médico que o acompanha como sendo nível dois passando para um, numa escala de três níveis, sendo estabelecido como Autismo de autofuncionamento. Silvana cita que é necessário muito trabalho, mas que a luta diária é compensatória e eles buscam dar uma vida normal para o Arthur, uma vida autônoma e feliz.
A ação realizada pelos pais de Arthur contou com o apoio da Secretaria de Educação, Escola Estadual José Zachetti, creches Tia Hilda e Dona Tereza, CRAS, Assistência Social, Polícia Militar, APAE e a população que se fez presente. Pessoas e entidades que o casal agradece imensamente pelo carinho, acolhida e participação.

APAE realizou a 2ª edição da Caminhada do Autismo em Anita Garibaldi

Colaboração: Kerlly de Matia - Terapeuta ocupacional da APAE anitense

Na tarde de sexta-feira a rua Frei Rogério em Anita Garibaldi foi colorida pela cor azul, o motivo foi a realização da 2ª Caminhada do Autismo promovida pela APAE de Anita Garibaldi. A mobilização em prol da conscientização ao Transtorno do Espectro Autista, teve saída da APAE até a Prefeitura. O azul é a cor que representa o autismo, por acometer mais meninos do que meninas.

O que é o Autismo?

O autismo é uma condição ainda muito cercada de preconceito e de mitos. A estimativa é que o autismo atinge em torno de dois milhões de brasileiros, e 70 milhões de pessoas no mundo. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo. A síndrome é complexa e muito mais comum do que se pensa.

No Brasil já existe a Lei nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Mas muito ainda há que fazer. Como a síndrome está relacionada ao comportamento e como na maioria das vezes, não apresenta alterações visíveis no rosto ou no corpo (diferente de outras doenças, como a Síndrome de Down, por exemplo, aonde existem características suspeitas na fisionomia), muitos pais ainda sofrem com o preconceito da sociedade que definem seu filho como "mal educado ou mimado". 

Mas enfim o que é o autismo?
Atualmente é definido como TEA - Transtorno do Espectro Autista- que é um transtorno no neurodesenvolvimento que altera principalmente o funcionamento do sistema nervoso central, onde os principais comprometimentos são em três áreas do desenvolvimento:
?    Habilidades de interação social recíproca (vai ter dificuldades variáveis de interação social);
?    Habilidades de comunicação (desde a não comunicação ou a dificuldade no domínio da linguagem para se comunicar ou lidar com jogos simbólicos);
?    Comportamentos, interesses e atividades com padrões restritivos e repetitivos. 
O grau de comprometimento é de intensidade variável, por isso é chamado transtorno do ESPECTRO autista: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e deficiência intelectual.
Atualmente tem-se vârias pesquisas estudando a causa desse transtorno, porém não se alcançou uma origem única em todas as crianças. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.
Quando bebê, geralmente alimenta-se bem, ganha peso e é ativo. Com o tempo, no entanto, seu desenvolvimento assume aspectos peculiares e ocorrem distorções no amadurecimento da linguagem, no contato interpessoal e no comportamento.
O autismo não aparece em exames de rotina, não é apontado no teste do pezinho, nem mesmo em ressonâncias ou tomografias. O diagnóstico é baseado em queixas familiares e escolares aliados a avaliação médica estruturada.

Alguns sinais e sintomas frequentes no autismo que os pais devem ficar atentos:
Dificuldade em olhar nos olhos; Dificuldade em imitar caretas e expressões faciais; O não apontar; Intolerância sensorial (ao barulho e luzes intensas); Parecem "surdas" reagindo pouco ou nada mesmo ao ser chamada pelo nome; Mostram-se incomodadas quando fora da sua rotina ou em ambientes com muitos estímulos; Apresentam atraso no desenvolvimento da comunicação interpessoal (verbal ou não verbal); Apresentam olhar vago e por vezes parecem distantes; Presença de estereotipias motoras; Balançar o tronco, a cabeça ou outras partes do corpo, aparentemente sem uma intenção clara; Entre outros sinais.
O autismo é uma disfunção crônica, o tratamento exige medidas variadas e individualizadas caso a caso. De modo geral, a criança precisa de uma equipe multidisciplinar com abordagem clínica, a fim de inibir os comportamentos disfuncionais e desenvolver suas habilidades mais adaptativas. A resposta é melhor quanto antes às terapias forem iniciadas.
Por isso, orientamos os pais a ficarem atentos ao desenvolvimento de seu filho. Se notar que a criança possui algum atraso na comunicação, pouco contato visual e costuma não atender pelo nome, procure os serviços da APAE para realizar uma avaliação - a APAE conta com uma equipe multidisciplinar, entre eles o médico psiquiatra.

Número de casos na APAE anitense 
Atualmente a APAE presta atendimentos a oito pessoas com autismo, os quais recebem atendimento em Fisioterapia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Equoterapia e acompanhamento médico psiquiátrico. Destes, cinco estão inclusos nas escolas do município.

 

 

 

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