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Câncer de mama: a batalha que começa pela prevenção

O resultado do exame em mãos e com ele o nervosismo. Receber do médico a notícia de que está com câncer, com certeza não é o que gostaria de se ouvir. Porém a notícia é o primeiro passo de uma caminhada que tem alguns obstáculos ao alcance do objetivo: a cura.
Os meses de outubro e novembro tornaram-se reconhecidos nos últimos anos como sendo a época de refletir sobre a importância de prevenir o câncer.
Agora em outubro, a cor rosa tem tomado às vitrines, laços da mesma cor são acessórios do vestuário e, principalmente, a ênfase através de ações especiais da área da saúde é para alertar as mulheres quanto ao câncer de mama.
Este tipo específico de câncer é o mais incidente em mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Ainda segundo o INCA, o câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.
Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver este tipo de patologia. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco.
Porém, mulheres mais novas também podem desenvolver a doença, é o caso da anitense Márcia Pires dos Santos, que tem 35 anos e descobriu a seis meses que estava com a doença.
Em abril deste ano, ao realizar o exame manual de toque de mamas, ela sentiu a presença de um nódulo na mama direita. Passaram-se alguns dias e ela percebeu que o nódulo ainda estava ali. "Me incomodei, o que é normal. Mas fiz o que achava ser o mais correto: procurei rápido um médico mastologista, e ele diretamente já me pediu dois exames, que foi a mamografia e a ultrassonografia. Em seguida o médico solicitou a biópsia do nódulo, e com o resultado da biópsia foi que veio a confirmação, que se tratava de um câncer de mama", contou Márcia.
Em julho ela realizou a primeira sessão de quimioterapia, o nódulo estava na fase inicial, com 1,7cm. No total, Márcia fará oito ciclos de quimioterapia a cada 21 dias, e atualmente já está no quinto ciclo. "Depois, em janeiro do ano que vem, será feita cirurgia localizada para a retirada de parte da mama. Após vou fazer radioterapia e depois são dez anos de acompanhamento, além do medicamento que será diário. É um longo período", comenta otimista, mas afirma que quando recebeu a notícia foi um grande impacto. "Não tem como ser de outra forma, fiquei muito triste, apavorada...Tudo no início parece péssimo, mas após passar o susto e receber as orientações do médico de que há 90% de chances de cura quando descoberto na fase inicial e contar com carinho da família e amigos, então a gente começa a reorganizar os pensamentos e você vê que não é tão ruim e que não é o fim".
Funcionária pública, casada e mãe de dois filhos, ela teve que passar a readequar as atividades do dia a dia. Após o diagnóstico, trabalhou por dois meses e posteriormente se afastou. 
Márcia tinha os cabelos compridos, e logo no início do tratamento optou por reduzi-los. Mesmo tendo feito cinco sessões de quimioterapia, ela permanece com cabelos, isso porque decidiu usar a touca congelada, um tratamento diferenciado oferecido gratuitamente as pacientes, mesmo no caso dela, em que realiza os procedimentos via Plano de Saúde: Unimed. "Quando descobri que tinha câncer meu marido foi a primeira pessoa a saber, e ele começou a pesquisar, então descobriu sobre essa touca. Quando cheguei na clínica, o oncologista me falou sobre a touca congelada, que reduziria a queda e quando voltar o cabelo ele virá de forma mais rápida. Eu aceitei. Foi bom porque deu um certo tempo para acostumar com a ideia de ficar careca. Ele está caindo direto, mas enquanto estava trabalhando não dava para notar mudança, não que a aparência seja o principal, porém é importante para você se organizar sobre as mudanças que virão. Agora já estou acostumada, já estou na fase do lenço", descreveu. 
Pensando além de si, nesse período em que está convivendo com o tratamento, Márcia passou a ajudar uma casa de apoio a pessoas com câncer, a Casa Maria Tereza, em Lages. "Assim como eu estou passando por isso, vejo que tem muitas outras pessoas em situações mais complicadas", relatou.
Perguntada sobre qual seria a mensagem para as mulheres de modo especial no Outubro Rosa, ela diz com convicção: "Percam o medo, não se assustem tanto. Ao perceber a existência de um nódulo procurem um médico, não deixem que isso aumente e que se torne algo mais sério". Ela conta que anteriormente não se engajava tanto na campanha, e agora destaca o quanto é importante que as mulheres sejam orientadas e examinadas. "Eu descobri que estava com a doença antes dos quarenta anos, por isso acho que seria muito importante a realização da mamografia de forma gratuita mesmo antes dessa idade, porque não é um exame barato", opina.
 A quem está na luta contra o câncer, ela destaca o quanto o otimismo é fundamental. "Não se pode perder a fé, manter o espírito elevado com bom humor e não deixar se abater. Precisamos viver bem uns com os outros, porque tudo que fazemos de bem volta a nós", diz com sorriso no rosto. Para ela, quando se trata do que é essencial durante o tratamento, afirma que 50% é de quem está com câncer que tem que fazer e a outra parte vem da família e dos amigos, por meio do apoio. "A minha família é maravilhosa", conclui.

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