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Febre Aftosa: Santa Catarina está livre, mas a prevenção continua

Você já deve ter escutado ou lido sobre a seguinte doença que atinge os animais: Febre Aftosa. Nesta edição vamos relembrar sobre o que é essa enfermidade e os danos que ela causa. Os médicos veterinários Bernard Borchardt e Najla Lazaretti Solvalagem, que são membros da equipe da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) conversaram com o Correio dos Lagos onde esclareceram dúvidas, orientaram e, ainda, contaram sobre os dados históricos da doença no Brasil e no estado catarinense.

   A Febre Aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa, que ataca animais de casco fendido, tanto domésticos quanto selvagens, que atinge todas as idades, independente de sexo, raça, clima ou outros fatores externos. É causada por um vírus, que apresenta ampla disseminação mundial, que pode ser vinculado ao ar, água, alimentos ou materiais de uso que entrem em contato com a mucosa animal. A propagação do vírus é rápida, atingindo vários animais em pouco tempo.

A doença Febre Aftosa foi detectada na Itália em 1514. No Brasil, o primeiro registro ocorreu em 1895, no Triângulo Mineiro. Como prevenção, o Ministério da Agricultura promove ações desde 1934, porém as campanhas organizadas tiveram início em 1965. O último foco no Brasil foi detectado em 2006, no Paraná e Mato Grosso do Sul.

Quais são os sintomas da doença?
Febre e diminuição do apetite são os primeiros sintomas. A febre alta leva a formação de vesículas que se rompem e formam aftas, que podem se localizar em toda a mucosa da boca, língua, narinas, pele entre os cascos, coroa do casco e úbere.
O animal baba muito, tem dificuldade de se alimentar e no caso de feridas entre os cascos começa a mancar.
Todos os animais progressivamente apresentam os sintomas da doença no rebanho, sendo sua intensidade variando de animal para animal.

Como o animal pega Aftosa?
Os animais contraem o vírus por contato direto com animais doentes, por alimentos, água ou outros objetos contaminados.
Outra forma é pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros objetos que possam ter tido contato com animais doentes ou estado na propriedade que tenha tido os sintomas.
Roupas, objetos de uso pessoal como celulares e outros objetos, além das próprias pessoas que tiveram o contato com os animais podem ser meios de contaminação e transmissão da Febre Aftosa.

Quais foram às medidas adotadas pelo estado de Santa Catarina para tornar-se o único estado livre da doença sem vacinação?
O trabalho feito pelo estado já vem desde 1952, quando foi criada a Secretaria de Agricultura de SC e a implementação do Serviço de Defesa Sanitária Animal. Em 1966 foi criada a CAFASC, que era responsável pelos trabalhos diretos na campanha contra a FA (Febre Aftosa). Em 1967 foi iniciada a primeira campanha de vacinação no estado, iniciando pela região de Lages. Em 1971 a campanha de vacinação atingiu todos os municípios catarinenses. Em 1979 foram incorporadas várias entidades e foi formada a CIDASC, que cuida no estado da Defesa Sanitária Animal. De 1989 até 1991 foi instituída a vacinação obrigatória no estado. Já em 1993 foi registrado o último foco da Febre Aftosa em Santa Catarina, no município de São Miguel do Oeste. Em 2000 foi retirada a vacinação do estado, e instituído o Circuito Sul, englobando RS e SC. Um ano depois, em 2001, o RS retornou a vacinação por conta de foco no município de Jóia. Em 2007 Santa Catarina obteve o certificado de Zona Livre de FA sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e em 2008 iniciou o projeto de identificação dos bovinos (brincos) que continua até hoje.

Em caso de suspeita da doença, o que o pecuarista deve fazer imediatamente?
Isolar os animais suspeitos do restante do rebanho, procurar um veterinário e entrar em contato com o órgão estadual o mais rápido possível, que em SC é a CIDASC. Um médico veterinário oficial fará a inspeção dos animais e, caso confirme a ocorrência de doença vesicular, tomará as providências necessárias, como colheita de amostras para diagnóstico laboratorial e estabelecimento de medidas emergenciais de proteção para evitar que a doença se espalhe.

O que a CIDASC orienta para a prevenção da Febre Aftosa?
Não comprar, movimentar ou entrar em contato com animais de origem desconhecida. Não trazer animais de outros estados para dentro de SC. Cuidado com locais de visita em turismo e férias. Não traga carne com osso refrigerada de outros estados.

Quais são os prejuízos econômicos para o produtor?
O principal efeito da FA é comercial, pois afeta o comércio interno e externo de animais e produtos. A ocorrência da doença, além disso, tem efeitos diretos sobre o bem-estar animal, na produção e produtividade dos rebanhos.

Como ocorre a campanha de vacinação contra a Febre Aftosa?
A campanha de vacinação segue o calendário oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e é realizada, na maior parte dos estados, nos meses de maio e novembro. A vacinação sistemática é obrigatória, exceto em Santa Catarina, e é autorizada somente para bovinos e búfalos. A aquisição e aplicação da vacina contra a Febre Aftosa é de responsabilidade dos proprietários dos animais. Cabe ao serviço veterinário oficial fiscalizar a produção, para garantir a qualidade da vacina produzida, bem como inspecionar, controlar e orientar as atividades de comercialização e utilização do produto. A execução e o controle das campanhas de vacinação são de responsabilidade dos serviços veterinários estaduais, de acordo com normas e procedimentos gerais estabelecidos em consonância com as orientações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo dados do site www.agricultura.gov.br, o rebanho brasileiro é formado por 207,2 milhões de bovinos e 1,2 milhão búfalos, totalizando 208,4 milhões de animais. Em 2010, o índice de cobertura vacinal dos rebanhos brasileiros foi de 97,4%. Para tanto, foram aplicadas 324.223.052 doses de vacinas em bovinos e búfalos ao longo do ano.

 

 

 

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