É preciso mudar hábitos com urgência para que a água, que compõe 70% do nosso organismo, seja da maior pureza possível.
No dia em que comemoramos á água, há de se perguntar: que água bebemos? Aquela da propaganda da Casan ou aquela comprada no mercado a preço de gasolina?
Vivemos a farsa do consumismo. O sistema produz a escassez. No entanto, surge um problema maior: o líquido que bebemos está apenas infestado por coliformes ou há contaminação por agrotóxico também?
Há poucos dias, um programa de televisão mostrou os benefícios do recolhimento das embalagens de agrotóxicos. No Oeste Catarinense, por exemplo, o montante chega a 170 toneladas por ano. Mas ninguém questionou onde foram parar os aproximadamente 3,4 bilhões de litros de veneno que estavam dentro dos recipientes.
Algumas pessoas se preocupam pela falta de água nas torneiras. Quando ela existe, o problema passa a ser a qualidade. Por isso, a maioria dos consumidores se preocupa apenas com a turbidez, o cloro e as coliformes. Mas será que a existência de resíduos tóxicos deveria ser medida e publicada mensalmente nas contas pagas à Casan? Assim, saberíamos se a água que bebemos vem “temperada” com agrotóxico ou não.
É preciso mudar hábitos com urgência para que a água, compõe 70% do nosso organismo, seja da maior pureza possível.
Enquanto a consciência coletiva não vem e as ações dos fornecedores deixam a desejar, vamos ouvir em silêncio um trecho da oração que Voltaire dirigiu a Deus: “Digna-te olhar com piedade os erros ligados à nossa natureza; que esses erros não sejam causa de nossas calamidades.”
Por fim, almejamos a mudança de hábitos e requeremos o direito universal, completo e irrestrito de informação sobre a qualidade da água que consumimos.
Referência:
SCHWAIKARTT, Volnei Carlos. A água nossa de cada dia. Diário Catarinense, Florianópolis, 22 de março de 2013.
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