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A China de Deng

Todas as pessoas que vão à China ficam boquiabertas, assustadas, aturdidas com tanto progresso, tanto crescimento, tantas obras espetaculares.

 Todas as pessoas que vão à China ficam boquiabertas, assustadas, aturdidas com tanto progresso, tanto crescimento, tantas obras espetaculares.


            Há mais de quatro décadas a China é um imenso canteiro de obras, que se expressa em rodovias de oito ou mais pistas, viadutos e pontes magníficas; portos e aeroportos gigantescos; escolas, universidades, hospitais de alta qualidade. 

            A China é um show! Um show de Deng Xiaoping! Tive o privilégio de manter longa conversa com ele, em seu gabinete, no Palácio do Povo. Na época (1988), o Produto Interno Bruto do Brasil era de 276 bilhões de dólares. E o da China, 413.  Deng me disse que o PIB chinês seria multiplicado por 10, até o ano 2000.
 

            Pois bem, hoje o PIB da China é de sete trilhões 204 bilhões de dólares, contra dois trilhões 477 bilhões, do Brasil. Enquanto o nosso PIB cresceu nove vezes, o chinês aumentou 17 vezes mais. Isso quer dizer que, no período dos últimos 25 anos, a economia chinesa aumentou o dobro em relação à nossa.
 

            Hoje, ao ler o “best seller” “Sobre a China”, de Henry Kissinger, percebo que o notável Chanceler norte-americano teve, sobre Deng, a mesma impressão que tive, ao conhecê-lo. Deng demonstrou, em todas as conversas, uma firmeza sobre o que estava fazendo e uma visão clara sobre o que queria para o seu País.
 

 Foi ele quem comandou a abertura econômica que determinou o extraordinário sucesso que aquela nação vem obtendo. Foi ele quem teve a visão de fazê-la caminhar para a economia social de mercado, o novo capitalismo que concilia o investimento lucrativo com o incremento social.
 

No Brasil, a não ser os políticos mais intelectualizados, poucos sabem sobre a trajetória política de Deng, cuja sensibilidade social foi despertada quando trabalhou na Fábrica de automóveis Renault. Operário metalúrgico daquela indústria, não só percebeu as mazelas como as vantagens do capitalismo.
 

As condições insalubres dos empregos que tinha a França naquela época (1919/1920) levou-o à adoção do Marxismo. Foi um dos líderes da Longa Marcha, episódio histórico que o conduziu, posteriormente, à conquista do poder.
 

Sua ascensão foi marcada por muitos episódios heroicos, como a Guerra Civil (1934/1936) e a Sino-Nipônica (1937/1945). Mas, também, sofreu perseguição odiosa, durante a chamada Revolução Cultural.
 

  Sem idiossincrasia quanto ao capital estrangeiro, pôs em prática o pensamento irônico de Mao Tse Tung: “não importa a cor do gato, desde que ele seja capaz de pegar o rato.”
 

            “Pegar o rato”, nesse caso, seria valer-se dos êxitos do capitalismo, criando uma base industrial forte na China, com a presença de organizações transnacionais de todo o mundo, inclusive as nossas Embraco e WEG, que lá estão fazendo sucesso.
 

            Na Praça da Paz Celestial, figura, na entrada da Cidade Proibida, uma enorme foto de Mao, celebrado como o grande líder da China. Não tenho dúvida de que Deng foi mais importante. É dele o retrato da China de hoje.
 

            No dia 22 de agosto de 1904, portanto há 109 anos, nascia o líder que transformou a China numa contradição vitoriosa: um regime político marxista, fechado; e uma economia social de mercado, aberta.

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