O exercício da cidadania não se dá apenas da hora de votar ou de consumir, e sim em toda e qualquer ação.
Entre muitas perguntas que se apresentam à mente quando se coloca em paralelo a relação entre a política educacional e o Estado (Democrático de Direito), poder-se-ia perguntar em que garantias o Estado oferece o exercício das políticas educacionais, de tal forma a responder às demandas dos cidadãos.
Mesmo que se perceba um enorme abismo social entre aqueles que detêm poder econômico e aqueles que são excluídos economicamente, a luta contra a manutenção de privilégios que venham a tolher aspirações à cidadania democrática deve continuar. Logicamente, num contexto onde privilégios são mantidos à elite econômica, são pífias as possiblidades de se constituir, de fato, uma cidadania democrática.
Assim, as pessoas não devem apenas reconhecer o direito de todos à educação, mas, sim, fazer com que todos os indivíduos a identifiquem com o pleno desenvolvimento da personalidade humana, capacitando todas elas a participarem efetivamente de uma sociedade livre. Significa reconhecer e reivindicar que a cidadania ativa enseja mais do que apenas ser titular de um direito; ser cidadão é criar novos direitos, novos espaços, novas alternativas para expressão desses direitos.
No mais, a educação para a cidadania, advinda das formulações republicanas, deve vir para superar seu papel de apenas formadora e reprodutora das demandas de capital. Deve vir, sim, para resgatar o cidadão e demonstrar que o exercício da cidadania não se dá apenas na hora de votar ou de consumir, e sim em toda e qualquer ação, seja entre outros indivíduos, seja perante o Estado. Tal resgate deve fazê-lo perceber que, através da cidadania plena, se chega à democracia plena, onde resulta uma sociedade consciente. E esta sociedade dará início, assim, à construção de um Estado pleno, justo e democrático de Direito.
Referência:
LIMA, Leonardo Daldegan. A educação e o Estado Democrático. Diário Catarinense. Florianópolis, 14 de dezembro de 2012.
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