Sobre ser médico: uma homenagem.
O médico não pode ser inerte ao ponto de se calar e se por de joelhos diante da arrogância do poder econômico ou das políticas que se servem em vezde servir.
Caneta em punho para escrever um texto sobre ser médico. Escrever sobre a medicina humanitária e a arte de cuidar, sobre a fascinante jornada de aplacar sofrimentos, promover a saúde do outro, comemorar a vitória da vida e chorar a impossibilidade diante da morte. Do privilegiado acesso ao ser humano e à sua mais profunda intimidade, nascea óbvia responsabilidade do médico com o contexto em que vive o indivíduo que é a razão de sua existência: o paciente.
Mais do que conhecer a ciência do seu ofício, há que ter plena consciência do seu potencial transformador. O médico tem influênciano cotidiano das pessoas porque suas atitudes alcançam o outro, deslizando suavemente sobre a mais importante faceta da relação médico-paciente: a confiança.
Ao contemplar esse efeito transcendente da atividade, educativo e transformador, justamente num momento de crise do trabalho médico, das instituições de saúde, do financiamento do SUS e doquestionamento do ato médico pela sociedade, tenho, forçosamente , que refletir sobre atitudes.
Ignorar os conceitos de cidadania resulta num indivíduo apático, conformista e cúmplice das mazelas do sistema, da insuficiência das instituições e das mortes por desassistência. O médico não pode ser inerte ao ponto de se calar e se pôr de joelhos diante da arrogância do poder econômico ou das políticas que se servem em vez de servir.
A Associação Catarinense de Medicina (ACM) entende seu papel de entidade fomentadora da educação médica continuada e oferece aos médicos a Escola de Governança e Cidadania Ativa, em parceria com a Associação dos Magistrados Catarinensese com a Associação do Ministério Público de SC.
Diante dopapel do médico e da importante data que hoje se comora, entendo que essa é, na verdade, um presente para a sociedade. Dia do médico é todo dia.
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