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A vocação de ser professor

Neste Dia do Professor, o Correio dos Lagos entrevistou um professor universitário para contar a experiência de lecionar para futuros profissionais.

 O jornalista Maurício Felix Hermes, de 37 anos, que trabalha no Centro Universitário Unifacvest há 1 ano e 6 meses, relata sobre o fascínio de ser professor. Formado em 2006 em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela mesma universidade que trabalha atualmente, cursa mestrado em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Natural de Lages, tem sua família em Abdon Batista e diz ter muito carinho pela Região dos Lagos.

 
Correio dos Lagos – O interesse de ser professor teve início em que etapa da sua vida?
Maurício F. Hermes - Sempre tive vontade de lecionar, desde meu tempo de acadêmico, e logo que me formei entrei no ramo da televisão. Lá senti a necessidade de continuar estudando, fiz então uma pós-graduação e posteriormente iniciei o mestrado direcionado à área da educação, já com a intenção de dar aula para o público universitário.
 
Correio dos Lagos – Como foi o começo da carreira de professor?
Maurício - Comecei trabalhando como professor no ano de 2009, no Centro de Educação Regional (CER) com adolescentes infratores e em seguida com o público de jovens e adultos para o mercado de trabalho. Foi o caminho para iniciar no meio acadêmico superior, no qual trabalho há um ano e meio.
 
Correio dos Lagos – Teve influência de alguém para lecionar?
Maurício F. Hermes - Venho de uma família de professores. Meu avô paterno lecionava, assim como a maioria das minhas tias, mas todos em escolas públicas de nível fundamental e médio. Da minha família, sou o único professor universitário.
 
Correio dos Lagos – Como você analisa o nível dos acadêmicos universitários?
Maurício - Vejo que os acadêmicos estão chegando cada vez mais despreparados. Talvez esse despreparo seja ocasionado pela pouca idade, mas creio que isso não seja o fator principal e sim a deficiência escolar que vem do ensino infantil, básico e médio, uma defasagem que expõe as consequências quando o aluno chega à universidade, estendendo as dificuldades anteriores no futuro meio profissional.
 
Correio dos Lagos – Todo professor tem um jeito único de ensinar. Qual a metodologia que você utiliza para repassar o conhecimento aos seus acadêmicos?
Maurício - Enquanto professor acho que ele tem que falar a linguagem dos acadêmicos, uso isso como método de ensino e convivência. Confio no bom-humor, mas sempre respeitando os limites de ser professor e de repassar o conhecimento da disciplina e da parte de ser amigo, para conversar e ter mais intimidade. Não procuro ser carrasco, pois acho que isso não efetiva um meio de aprendizado. Talvez os novos professores estejam com essa metodologia também, de ser mais aberto, flexível e tentar entender as dificuldades dos alunos.  Sinto que essa forma é eficaz. 
 
Correio dos Lagos – Você concorda com métodos do sistema de educação no Brasil ?
Maurício - O analfabetismo zero pra mim é uma grande mentira. Quando na verdade o que se vê é um nível de dicernimento e interpretação muito baixo. Na minha concepção isso torna o indivíduo, na verdade, um analfabeto funcional. Acarretando na formação de profissionais despreparados, porque desde o início da vida escolar foram mascarados numa educação de status, mas sem a qualidade de aprendizagem. 
 
Correio dos Lagos – Como é a experiência de ser um professor-jornalista?
Maurício - Oportuniza um gabarito muito grande. Pois o jornalista é uma pessoa que consegue observar o mundo de uma forma diferenciada, no que se refere a ver “os dois lados”, ele repassa a informação que recebe. Isso me ajuda muito no meio acadêmico. Minha principal função é despertar nos meus alunos o senso critíco, acho que isso é primordial para qualquer profissional, inclusive na área da comunicação, em ressaltar que há dois lados sempre, em quaisquer que seja a situação.
 
Correio dos Lagos – Ser professor ...
Maurício - Vejo o professor não como uma profissão, mas como uma vocação. Leciono por pura paixão, não é o salário que me traz para a sala de aula, é o bem-estar de quando estou perto dos meus alunos. Sinto-me realizado.
 
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