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Adaptação como exercício de cidadania

As dificuldades de locomoção de um idoso, de uma mãe com carrinho de bebê e de um deficiente físico são diárias.

As dificuldades de locomoção de um idoso, de uma mãe com carrinho de bebê e de um deficiente físico são diárias.

A realidade em grandes cidades já é diferente da que encontramos aqui, adaptações com rampas, portas mais largas, ônibus adaptados. Por todo lado há a presença de mecanismos e tecnologias que facilitam a vida de pessoas com algum tipo de especificidade que possa complicar a convivência em sociedade.

Mas em algumas cidades, principalmente em pequenos municípios, a acessibilidade de pessoas com necessidades especiais, temporárias ou não, está longe de acontecer. São escadas, degraus, calçadas esburacadas, ruas com desnível e muitas vezes cidadãos que não têm consciência das dificuldades pelas quais essas pessoas passam.

A realidade do jovem Cleiton Santos, que mora em Anita Garibaldi há cinco anos e sofre diariamente com a falta de acessos no comércio local, bancos e até órgãos públicos como a prefeitura, tem sido marcada por diferentes situações de desconforto causadas pela falta de acessibilidade encontrada no dia-a-dia nas ruas da cidade.

"Sinto-me muito mal, muitas vezes tenho que pedir ajuda e nem sempre tem alguém disposto a ajudar. Falta consciência das pessoas de que minha condição não é uma escolha, também dos órgãos públicos e comércio não tem locais adaptados para nós, pessoas com algum tipo de deficiência física", comentou Cleiton.

Outro ponto de vista assinalado por Cleiton, é com relação aos motoristas. Em muitas ruas não há calçadas sendo necessário sua locomoção por locais destinados aos veículos, o que gera insegurança e medo, pois os riscos com acidentes existem.

No ano de 2009 foi levantada a questão na câmara de vereadores pelo vereador Miguel Dutra que realizou a Indicação de número 162/2009, onde pedia a "...Adequação de todas as estruturas das escolas do município, bem como o prédio da prefeitura municipal, para propiciar livre acesso às pessoas portadoras de necessidades especiais, bem como manter contato com o comércio local, para que também implante em seus estabelecimentos comerciais as mesmas medidas..." (texto retirado da indicação do vereador Miguel Dutra)

Um cadeirante leva uma vida normal, trabalha, estuda, diverte-se. Ele não vê sua limitação como um empecilho para a convivência e integração na sociedade.

Agora cabe a sociedade adaptar-se a realidade destas pessoas. Facilitar o acesso principalmente através de rampas. Não deixar objetos que venham dificultar a passagem dessas pessoas, cuidar das calçadas e ruas e acima de tudo respeitá-las, pois seus direitos devem ser respeitados como os de qualquer cidadão.

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