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Agroindústria familiar da Serra Catarinense servirá de modelo para Minas Gerais

Mineiros visitaram agroindústrias e trocaram experiências.

 Um grupo formado por treze técnicos representantes do governo do Estado de Minas Gerais esteve na Região dos Lagos na última  terça-feira, para conhecer o modelo de inspeção sanitária animal e vegetal implantado na Serra Catarinense, através do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). O objetivo é levar a experiência consolidada na região como modelo para os mais de oitocentos municípios mineiros.

A organização das agroindústrias da agricultura familiar em forma de consórcio público com vistas à implantação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) é o grande desafio dos mineiros. “Sem inspeção sanitária não há como fortalecer a agroindústria familiar. E aqui encontramos uma experiência fundamental para que possamos desencadear em Minas Gerais algo que vocês já têm consolidado”, disse o médico veterinário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pelas ações estaduais de defesa sanitária, Emilson Murilo Coutinho. 
Junto com ele, integram o grupo três veterinários e um agrônomo do IMA, um técnico representante da Associação Mineira de Municípios (AMM), quatro secretários municipais de Agricultura, um veterinário responsável pelo serviço de inspeção do município de Araguari e um veterinário da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Eles estiveram em Campo Belo do Sul e almoçaram com o presidente da Amures, Padre Edilson José de Souza, tirarando dúvidas sobre o comprometimento dos prefeitos com o Cisama, que é o consórcio público responsável pelas ações do Suasa.
Com base nas experiências das agroindústrias da agricultura familiar encontraram na Serra Catarinense os mineiros desenvolverão projetos pilotos em diferentes regiões com perspectivas de estender a todos os municípios daquele Estado.
Em 2009 foi realizado um diagnóstico educativo de inspeção sanitária em Minas Gerais e foi constatada uma grande carência de órgãos regulamentadores. Sem esses órgãos eles perceberam que seria impossível trazer as agroindústrias para a legalidade. Por isso decidiram construir uma proposta, e viram na Serra Catarinense um modelo que consideram ideal para suprir antigas deficiências de fomento às agroindústrias mineiras. 
 
Apoio à agroindústria familiar
 
Concebido para assegurar a proteção da saúde dos animais, a sanidade dos vegetais, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária da Serra Catarinense, o Suasa está criando uma identidade regional dos produtos da agroindústria familiar.
Com selo personalizado, como puderam observar os técnicos de Minas Gerais, o programa prima pela qualidade dos produtos até seu destino final.
Em Anita Garibaldi, o grupo conheceu três agroindústrias com diferentes propostas, porém todas fazem parte do Suasa e contam com o apoio da secretaria municipal de agricultura. O grupo conheceu  a agroindústria de embutidos de Claudio Menegazzo, localizada na Lagoa da Estiva, após foram até a propriedade de Valdair Barbosa Ramos (Bolinha), onde observaram como é feita a produção de queijo dentro dos padrões exigidos pela legislação e posteriormente conheceram a casa do mel, localizada no Reassentamento Santa Catarina.
Segundo o médico veterinário do IMA, o caminho a ser seguido é o dos consórcios e das agroindústrias. “Estou satisfeito e acredito que o caminho é este, todo mundo fala do problema e não se acha uma solução, e aqui encontramos um modelo bem estruturado”,  comentou Coutinho. 
De acordo com o diretor executivo do Cisama, Selênio Sartori, a proposta de incentivo às agroindústrias da agricultura familiar vai além da questão de sanidade agropecuária. “O Suasa constrói uma proposta de permanência do homem no campo, com renda e qualidade de vida. É nisso que pensamos”, revelou.
Para atingir o nível de qualidade alcançado hoje, os donos das agroindústrias vinculadas ao Suasa realizaram inclusive, cursos sobre boas práticas de fabricação de produtos da agricultura familiar. Isso está tornar os produtos da região competitivos no mercado e buscar a equivalência do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e a segurança alimentar.
 
 
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