Os números são preocupantes. O futuro da humanidade sobre o planeta está em jogo. Estudos internacionais comprovam que, nos últimos 60 anos, a população duplicou, enquanto o consumo (ou desperdício?) de água aumentou sete vezes no período. Mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade.
Segundo os especialistas, enfrentamos uma situação de “estresse hídrico”, em função do mau uso da água potável – dois terços da Terra são formados por água, mas apenas 0,008% do total são próprios para o consumo -, da contaminação e da destruição dos mananciais subterrâneos, sobretudo nos grandes aglomerados, urbanos. Neste cenário sombrio, foi comemorado, ontem, o Dia Mundial da Água, da água que é origem e penhor da vida.
Um dos eventos que assinalou a data foi um oportuno debate, promovidono auditório do Centro Tecnológico da UFSC, reunido especialistas e representante da sociedade, ocasião em que foi lembrado que, na Capital e região, a maior parte da água doce provém de mananciais subterrâneos, cuja proteção é imperiosa. No entanto, essas reservas sofrem um continuado processo de contaminação pela falta de esgoto sanitários e pelo lançamento de lixo, tóxico, inclusive, principalmente em áreas periféricas e invadidas. Também são vítimas da ação predadora da especulação, como a de uma construtora que ousou começar a rebaixar o lençol freático no Campeche para construir o subsolo de um condomínio, esgotando 100 mil litros de água por dia. Mais do que uma transgressão, um crime contra o futuro.
Há experiências bem-sucedidas para defender e recuperar os mananciais ameaçados, como a de Nova York, que há trinta anos iniciou rigoroso programa de uso racional da água e de recuperação de suas bacias e mananciais. Cuidar da água é preservar a vida.
(Editorial) Água é vida. Diário Catarinense. Florianópolis, 23 de março de 2011.
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