Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
Atingidos pela Usina Garibaldi pedem socorro
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Nilton Wolf -
Dezenas de moradores participaram de encontro e demonstraram descontentamento com o encaminhamento que vem sendo dado à questão.
Informações desencontradas, a falta de critérios nas desapropriações das áreas que serão atingidas pela barragem da Usina Garibaldi e a falta de diálogo entre a direção da empresa Triunfo/Rio Canoas e proprietários das terras que serão invadidas pelas águas, motivaram reunião que aconteceu na tarde desta segunda (25), no salão da igreja da localidade de São Paulo, em Abdon Batista e que contou com a presença do deputado Elizeu Mattos (PMDB).
Dezenas de moradores participaram do encontro e demonstraram descontentamento com o encaminhamento que vem sendo dado à questão. De acordo com o professor Ari Martendal, antigo morador daquela localidade e um dos organizadores do movimento, é preciso que autoridades governamentais tomem ciência do que vem acontecendo com as famílias. Cerca de 500 delas, que serão atingidas pelo empreendimento. "Desde que surgiu o anúncio de que sairia a barragem notícias contraditórias estão sendo espalhadas, sem que haja uma única informação oficial que venha tranquilizar essa gente toda e isso precisa mudar". Ele disse que Elizeu Mattos foi convidado para participar da reunião por saber como tratar do assunto, uma vez que quando secretário da SDR/Lages passou por situações semelhantes quanto das instalações das Usinas Barra Grande/ Baesa, em Anita Garibaldi e a Enercan, em Campos Novos. "Queremos que o deputado seja o nosso porta-voz junto ao governo", destacou.
"É mais do que sabido que no Vale do Canoas estão localizadas as terras mais férteis dessa região, por isso não se pode brincar com as pessoas, não se pode fazer com quem sempre morou nesta região passe por este estresse todo. São pessoas que terão de deixar suas casas, mudar a escola dos filhos, enfim reescrever suas histórias e por isso não podem ser tratadas com tanto descaso", disse o líder do Governo na Assembleia. Para ele, se a empresa não tem capacidade para indenizar estas famílias, não tem capacidade também para ter a concessão da usina.
Além de entregar um abaixo-assinado ao governador Raimundo Colombo com reivindicações tratadas na reunião, o parlamentar adiantou que irá agendar para os próximos dias uma reunião que deverá reunir moradores das áreas atingidas, direção da empresa, representantes da Fatma e Ministérios Públicos Federal e Estadual para tratarem do assunto. Também ficou definida a formação de uma comissão que irá representar os atingidos e a solicitação junto ao governo do Estado para que a peritragem das áreas abrangidas seja feita pela Secretaria de Agricultura.
A usina hidrelétrica Garibaldi atingirá centenas de famílias que residem em áreas localizadas nos municípios de Abdon Batista, Cerro Negro, Campo Belo, Vargem e São José do Cerrito.
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