Atrás de máquinas e equipamentos de proteção, uma mulher de ferro
A mineira Shirlene Arruda Modesto é a única mulher a trabalhar nas obras de construção civil da Usina Garibaldi. Ela é armadora, profissão tipicamente masculina.
Para quem acredita que construção civil é trabalho somente para homem, Shirlene Arruda Modesto prova o contrário. Com menos de dois meses trabalhando entre os quase 1000 operários da construção civil da Usina Hidrelétrica Garibaldi, ela mostra a que veio. Natural de Minas Gerais, ela tem 32 anos e é armadora – responsável por montar e aplicar armações de ferro de pilares, vigas e lajes da construção civil. Shirlene tem dois filhos e é com a renda vinda do trabalho que ela mantém o sustento da família.
Há quatro anos trabalhando em usinas hidrelétricas, a mineira já conheceu boa parte do País e este é o quinto empreendimento que atua como armadora. “Quando a barragem chegou em minha cidade, eu queria uma oportunidade e a única que surgiu foi a de armadora. Passei no teste e comecei a gostar, fui aprendendo com os colegas e lá se vão mais de 4 anos de profissão”, relata.
“O trabalho dela tem a mesma qualidade dos homens. Eu divido várias funções, ela ajuda muito aqui”, diz o supervisor Domingos Pereira da Fonseca, encarregado civil da Construtora Triunfo. Entre os colegas, são só elogios “Não temos o que reclamar dela, não existe diferencial por ela ser mulher. Ela é o orgulho da gente, todos nós gostamos e a queremos muito bem”, garante o armador e colega de trabalho, Raimundo Rafael Fialho.
Esforço reconhecido em casa
Shirlene conta que no início sofreu com o esforço físico, até acostumar com o trabalho “É um pouco pesado, mas depois acostuma, vai pegando o jeito e tudo fica mais fácil. Os colegas também ajudam, não existe preconceito, a gente aprende e repassa o que sabe”, salienta.
Assim como toda mulher, Shirlene também gosta de ser vaidosa. “Eu tiro sempre um tempinho pra beleza. Nos finais de semana eu me cuido sim”. Para a família é um orgulho ter uma mulher trabalhando no pesado. “Meu pai se diz orgulhoso e meus filhos acham normal. Eu sou uma lutadora, sinto-me uma guerreira”, completa.
Trabalhadores têm folga diferenciada
A cada dois meses os trabalhadores que atuam no empreendimento pela Construtora Triunfo e moram a mais de 200 km do empreendimento, tem um período de cinco dias para visitar a família. A construtora arca com as despesas de transporte e alimentação do funcionário.
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