Empresas organizam-se para se adequar as leis e garantir a segurança de seus colaboradores.
Poucas ou nenhumas empresas na região contavam com o serviço de uma equipe que ajuda a manter a segurança no ambiente de trabalho, até porque não havia a necessidade legal desse tipo de profissional na região. Entretanto, com a vinda das construtoras que executaram as obras das barragens e das rodovias e a instalação de hidrelétricas, surgiram atividades nas empresas visando a segurança do trabalhador em áreas e situações que oferecessem riscos.
Em Anita Garibaldi, por exemplo, a maior empregadora do município, a Fábrica de Cortinas Hasse, teve de se adequar há uma série de medidas para ajudar a manter a segurança de seus funcionários. Há menos de um ano a empresa desenvoveu grupos de funcionários que auxiliem na segurança do trabalho e alertem sobre os perigos, além de contratar um técnico formado em segurança do trabalho para coordenar as atividades na área.
De acordo com Carlos Miguel Hasse, diretor da fábrica, é importante que os funcionários estejam cientes de que precisam manter-se seguros. “A empresa começou em 2001 com apenas dois funcionários. Aos poucos, fomos crescendo e ampliando nossas instalações e o número de contratados, que hoje são duzentos. A fábrica amadureceu e acredito que o bem-estar, a segurança e a saúde dos colaboradores devem vir sempre em primeiro lugar”, disse Carlinho, como é conhecido o empresário no município.
Princípios e funcionamentos para a prevenção de acidentes
Lindiomar Marques Bitencout, técnico em segurança do trabalho contratado pela Fábrica de Cortinas Hasse, diz que desde outubro de 2012 há uma equipe de brigada de emergência coposta por 43 funcionários voluntários treinados para, se necessário, realizar atendimentos de primeiros socorros e combate à incêndio.
De acordo com ele, a implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi necessária na fábrica, uma vez que ela se enquadra na norma regulamentadora 5 (nr.5). “A instalação da CIPA em um local depende do número de funcionários e do grau de risco oferecido pela atividade industrial, por isso nem toda empresa precisa ter CIPA constituída, em alguns casos apenas uma pessoa é necessária para atender a demanda”, disse Bitencout. A fábrica encaixa-se no grau de risco três, em uma escala que vai até quatro, fazendo com que, de acordo com a Lei nº6.514/77, seja necessária uma comissão interna para previnir acidentes, baseada nas normas dessa lei, como, por exemplo, a nr.6, a qual estabelece o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), fornecidos aos empregados a fim de resguardar a saúde e a integridade física deles.
O sistema de segurança interno de uma empresa é complexo, tornando-se amplo para cuidar de cada área que ofereça perigo no ambiente laboral, para isso um mapa de risco é elaborado, demarcando que tipos de perigos são encontrados em cada setor. A equipe técnica em segurança no trabalho é a responsável por supervisonar, detectar e alertar sobre esses riscos. No caso da fábrica, a equipe conta com quatro agentes denominados “Cipeiros”, dois efetivos e outros dois suplentes, que representam todos os funcinários da empresa.
O Cipeiro na empresa e na sociedade
De acordo com Lindiomar, o Cipeiro deve estar apto a identificar condições que possam causar um acidente. São os responsáveis pela elaboração do mapa de risco e ajudam a elaborar ações internas que conscientizem os funcionários a tomar cuidado e sobre como agir em determinadas situações, tanto fora quanto dentro do ambiente de trabalho. A escolha dos Cipeiros é feita através de uma eleição interna, na qual os candidatos mas votados assumem o posto. A empresa, por sua vez, também tem seus representantes, porém esses são nomeados diretamente pela diretoria.
Ações internas coordenadas pelos cipeiros também têm reflexo fora da empresa. “Há alguns dias, quando o Hemosc esteve aqui na cidade, organizamos uma campanha para a doação de sangue entre os funcinários. Isso não só ajuda a conscientizar os trabalhadores sobre a importância desse ato como também colabora com a sociedade”, comentou o técnico de segurança, lembrando ainda que a brigada de emergência da fábrica também pode ajudar a comunidade através do conhecimento adquirido com o treinamento prestado por uma empresa especializada.
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