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Futuro da Comunidade dos Camargos em Cerro Negro é incerto

Última missa foi rezada no domingo (16), na igreja que completaria sessenta anos de existência. Com a construção da Usina Garibaldi, parte da comunidade ficará em baixo da água.

 Domingo, dia 16 de junho, aconteceu na Comunidade dos Camargos, interior do município de Cerro Negro a celebração da última missa na igreja da Capela Nossa Senhora do Carmo,  que está prestes a ser demolida. 

A Comunidade dos Camargos situada à cerca de 35km do centro de Cerro Negro, foi fundada no ano de 1954 pelo senhor Sálvio Kuister e pelo Padre Sistilio esta, localiza-se às margens do Rio Canoas. Devido a construção da Usina Garibaldi parte da localidade será inundada pelo reservatório da usina. O lago ficará há poucos metros das instalações da comunidade, igreja, salão e cemitério. 
Segundo alguns moradores, logo no início das negociações a comunidade praticamente deixaria de existir,  grande parte dos moradores iriam ser reassentados. Com isso a Empresa Rio Canoas indenizou a Paróquia de Cerro Negro para que uma nova igreja fosse construída  em outro local, porém mudanças ocorreram e mais de 50% dos moradores resolveram permanecer na comunidade.
Na quarta-feira,  dia 19, a pedido dos moradores, o pároco da Paróquia São Francisco de Paula, de Cerro Negro, padre Dionei Maccarini, o padre Edilson e a prefeita Sirlei juntamente com membros do novo conselho da comunidade estiveram reunidos com representantes da empresa para negociar a permanência da atual igreja,  já que o lago da usina não chegará até as cosntruções. Caso a permanência da igreja não seja possível uma nova igreja será construída.
Para Ana Alice Chaves, 83 anos, moradora da localidade, há muita tristeza em saber que a comunidade será atingida. “A igreja que tantas vezes limpei e cuidei com tanta carinho poderá ser demolida, isso não pode acontecer”, falou a senhora emocionada. 
De acordo com o Pároco, Padre Dionei, a comunidade é uma das que mais foi atingida. “Cerca de 25 famílias continuarão vivendo nesta comunidade, ou seja 50% permanecerão aqui e querem  que a igreja fique em pé. Vamos negociar com a empresa se há possibilidade da permanência, se não houver construiremos uma nova igreja para a comunidade”. 
Segundo o prefeito de Campo Belo do Sul, padre Edilson, que esteve presente na missa e está junto com a comunidade, “estamos orientando os moradores para que criem uma associação organizada, um novo conselho pois unidos tenho certeza que muitos benefícios conseguiremos para esta comunidade”. 
Airis Chaves de Oliveira, morador e membro da novo conselho, disse: “Lutaremos pela nossa comunidade, a nossa história está aqui, grande parte dos moradores continuarão aqui, vamos lutar para que a nossa comunidade se fortaleça, nunca podemos desistir”.
Após a missa um novo conselho foi eleito, as imagens que iriam ser retiradas da igreja permanecerão ali  até que os diálogos com a empresa sejam realizados e tudo seja resolvido, enquanto isso o futuro da comunidade é incerto. 
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