Não é de hoje que os jovens deixam o interior em busca de novas oportunidades, por acreditarem que a vida no campo não rende mais como antigamente, mesmo sabendo que a agricultura é uma das principais fontes de economia dos municípios pequenos.
Porém, este cenário está mudando e cada vez mais pessoas voltam ao campo, ou nem saem dele, graças a motivos que têm deixado o agricultor alegre e garantindo a sobrevivência deles e de suas famílias em lugares tranquilos, longe do trânsito, violência e a loucura dos grandes centros.
As famílias nunca deixaram de produzir o milho, feijão, soja, porém essas culturas sofrem variações a cada safra tanto no preço, quanto na qualidade do produto. O incremento da fonte de renda com novas culturas é a aposta para a permanência no campo.
Investiram nos morangos e estão satisfeitos
No início foi difícil, pois existe certa resistência em apoiar o que é desconhecido, porém a proposta era boa e um grupo de agricultores demonstrou interesse naquilo que traria bons lucros após um ano de investimentos, e apresentação da idéia pela empresa Agrícola Pilati da cidade de Lages.
Hoje são dezessete no total. Destes, três chamam a atenção pela forma que vestiram a camisa e estão contentes com a cor, sabor e valor agregado aos morangos.
Joel José de Moraes é o mais velho, com 21 anos, que trabalha com o irmão Edson de dezessete anos, e o primo Jaisson Rodrigo de Moraes, que tem 19 anos. Cada um tem sua área de morangos plantada e são responsáveis por grande parte da produção entregue à Agrícola Pilati.
Jaisson, que iniciou com oito mil pés no primeiro ano, já está com outra lavoura pronta com mais quatro mil pés. “É uma cultura que exige bastante trabalho, mas é vantajosa”, comenta Jaisson, afirmando ter pensado bastante antes de investir na plantação de morangos, porém não se arrepende e já está investindo mais na construção de um local específico para embalar o produto. Além de investir na produção, ele gera empregos e no auge da safra precisa contratar mais quatro pessoas para ajudar, além da mãe que auxilia durante a embalagem do produto.
O mais jovem do grupo, Edson, cuida de aproximadamente treze mil pés de morangos. “Estou gostando, tanto que este ano aumentei a lavoura. É uma produção que dá serviço, mas também dá retorno e é uma forma da gente permanecer em casa ajudando”, frisa o jovem que também conta com a ajuda dos pais no cultivo do morango.
Tanto Joel, quanto Edson e Jaisson, assim como os outros produtores do município, tiveram um incentivo da Secretaria de Agricultura de Anita Garibaldi para implantação e manutenção da nova cultura, que exige uma atenção constante. “O apoio da prefeitura é indispensável, pois precisamos de água para irrigação e eles auxiliam na abertura de açudes”, comenta o pai de Edson. A administração pública através da Secretaria de Agricultura também auxilia os produtores na elaboração de projetos junto aos bancos para aquisição de recursos, bem como toda a parte de assistência técnica e manutenção de estradas para escoamento da produção
Implantação e venda garantida
A primeira safra aconteceu no ano passado e já foi satisfatória tanto que grande parte dos produtores aumentou suas lavouras, isso é reflexo do apoio prestado pela Agrícola Pilati, responsável pela compra total dos produtos.
“Eles garantem a compra da safra, além de prestarem assistência técnica e fornecerem insumos que são utilizados na preparação das lavouras, tudo a um preço baixo”, comentou o engenheiro agrônomo Henrique Menegazzo, o qual acompanha e presta grande auxílio aos produtores. Segundo ele o investimento é alto, porém o retorno é satisfatório, o que já garantiu que os produtores pagassem todo o investimento já no primeiro ano de safra. “Cada lavoura dura dois anos, porém os produtores já pagaram o investimento inicial e a próxima safra será praticamente limpa com retorno garantido”, comenta o engenheiro.
O morango é um fruto de produção nos meses quentes, por isso exige todo o cuidado no preparo das lavouras, com sistema de irrigação e estufas, porém o ano de 2012 está animando os produtores mesmo nos meses de frio, já que a produção acontece entre meados de setembro e estende-se até meados de junho, a produção neste ano não parou. O fato inédito dá-se devido ao clima que não esfriou muito, tendo grandes períodos de sol e calor mesmo no mês de julho, considerado um dos mais frios do ano. A produção diminuiu bastante, porém não parou e a entrega continua a ser realizada uma vez por semana.
Novos investimentos para o município
Além do incentivo, apoio técnico e garantia de compra do produto, a Agrícola Pilati, continua investindo e o próximo passo é a construção de uma câmara fria para armazenagem do produto. Desde o início um caminhão específico recolhe o produto diariamente durante a safra diariamente o produto, passando por todos os produtores, com a construção da câmara fria, o produtor poderá levar os morangos até o local, o qual já foi escolhido e será implantado na comunidade da Lagoa da Estiva, distante cerca de 15km do centro do município. “É mais investimento para o município o que facilitará a logística e transporte da produção, além de reduzir os custos com transporte, aumentando a lucratividade dos produtores que entregarem a produção diretamente no local”, lembra Menegazzo.
O investimento na produção de morangos já demonstrou que é rentável, gerando bons lucros e que tem a compra garantida de toda a produção. Para os que gostaram da idéia e pretende agregar valores a propriedade e investir em novas culturas, o morango é o produto certo e quem quiser maiores informações é só ir à Secretaria de Agricultura que eles darão todo o suporte técnico e informações necessárias.
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