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Em carta, LHS pede manutenção do PMDB na coligação de Colombo
Senador envia ofício ao PMDB, dizendo porque acredita que o partido deve se manter na coligação de 2010
O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) enviou carta aos correligionários do PMDB, em 30 de março, reforçando porque acredita que o PMDB deve se manter na coligação firmada em 2010, que elegeu Raimundo Colombo (PSD-SC).
"Tenho respeito, admiração e afeição aos companheiros que defendem a candidatura própria. Também quero a volta do PMDB ao governo, mas com toda certeza, isso acontecerá normalmente em 2018", diz Luiz Henrique na carta, onde lista 15 razões para demonstrar sua análise sensata da realidade atual, que tem o PMDB na cabeça de chapa, com Eduardo Pinho Moreira como vice-governador.
Entre outras situações, Luiz Henrique cita que em 1989, o PMDB tinha 22 dos 23 governadores, e a maioria esmagadora dos senadores, dos deputados federais e estaduais, dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Na época, lançou o candidato a presidente da República, deputado Ulysses Guimarães, que fez apenas 3% dos votos. Ele era o vice-presidente, assumiu diversas vezes a presidência e o povo não acreditou que o PMDB virasse oposição, de uma hora para outra.
Luiz Henrique cita ainda que não há nenhum companheiro pleiteando candidatura própria, também, para presidente da República. "Por quê? O vice-presidente da República é o nosso presidente nacional, Michel Temer; e o PMDB ocupa vários Ministérios e importantes cargos no governo da presidente Dilma Rousseff. Nossos companheiros sabem que por estas mesmas razões é inviável tanto a candidatura a presidente da República, quanto desembarque do Governo Federal, agora, tão perto das eleições. Coligados, manteremos a vice-governança, e assim, assumiremos o Governo em 2018, já que o governador Raimundo Colombo será candidato a senador", reforça.
Por fim, Luiz Henrique pede que os correligionários reflitam sobre o passo que vão dar no dia 26 de abril, dia da convenção do PMDB. "Peço-lhes o voto pela coligação, para que a continuidade do projeto vitorioso potencialize, ainda mais, a grandeza do nosso PMDB, assegurando-lhe a volta ao cargo de governador do Estado em 2018", finaliza.
Veja a carta na íntegra:
CARTA AOS EMEDEBISTAS
Joinville, 30 de Março de 2.014
Prezadas e Prezados Companheiros,
Em 15 das 16 eleições que disputei, levei, sempre, o MDB velho de guerra a retumbantes vitórias. Sempre que o Partido me convocou (inclusive para eleições quase imposssíveis, como para Prefeito, em 1966; e para governador,em 2002), ofereci o meu nome, sem nenhuma hesitação, para elevar, sempre bem alto, a bandeira do PMDB. Para enfrentar o pleito municipal, renunciei a uma eleição certa de Presidente da Câmara dos Deputados; para poder concorrer a governador, renunciei a 2 anos e 9 meses do mandato de Prefeito.
Em 1989, nosso Partido tinha 22 dos 23 Governadores, e a maioria esmagadora dos senadores, dos deputados federais e estaduais; dos Prefeitos, Vice-Prefeitos e vereadores. Era o único que tinha presença em todos os municípios!
Lançamos candidato a Presidente da República, o Deputado Ulysses Guimarães, o maior estadista dos nossos tempos. Qual foi o resultado? O Dr. Ulysses fez apenas 3% dos votos. Por que? Porque ele era o Vice-Presidente, assumiu diversas vezes, e ocupávamos espaços generosos no Governo Sarney. O povo não acreditou que pudéssemos virar oposição, de uma hora para outra.
Em 1998, pelo mesma presunção de que o PMDB, sozinho, pode tudo, sofremos uma retumbante derrota para o Governo do Estado. Estou no fim da minha vida pública. Com a minha longa experiência, cumpro a responsabilidade de alertá-los para que aquela triste história, que deixou o nosso Partido tão fragilizado e desnorteado, não volte a acontecer.
Tenho respeito, admiração e afeição aos companheiros que defendem a candidatura própria. Também quero a volta do PMDB ao Governo, mas, com toda a certeza, isso acontecerá normalmente em 2.018.
Alinho abaixo, 15 razões para demonstrar que a análise sensata e equilibrada da realidade atual recomenda a manutenção da coligação que firmamos em 2010:
1. Quando nos coligamos para eleger o Governador Raimundo Colombo, a lei já lhe assegurava o direito de postular a reeleição.
2.Somos Governo, temos, no companheiro Eduardo Pinho Moreira, o Vice-Governador, além da maioria dos integrantes dos cargos de confiança.
3.Em Joinville, só elegemos o Prefeito Udo Döhler, porque desembarcamos do Governo Municipal, entregando todos os cargos, um ano e seis meses antes das eleições!
4. Continuamos ocupando os cargos indicados pelo Partido. E se, no dia 27, deixarmos todas as funções de confiança (o que seria o gesto de mínima de dignidade política!), ainda assim o povo entenderia como decisão tardia e oportunista, o que, sem dúvida, repetiria o insucesso da candidatura presidencial do Dr. Ulysses.
5. Não coligados, levaremos o Partido ao isolamento, ao enfraquecimento, e à impossibilidade de vencer, em candidatura solitária, ladeira acima.
6.Coligados, manteremos a Vice-governança, e, assim, assumiremos o Governo em 2.018, já que o Governador Raimundo Colombo será candidato a Senador.
7. Coligados, faremos eleição de morro abaixo, 0aumentando as nossas bancadas de deputados estaduais e federais, e os espaços no Governo. Assim, poderemos apoiar, ainda com mais força, os nossos Prefeitos, nos seus atuais mandatos e nas futuras campanhas eleitorais.
8. Coligados, vamos negociar uma nova relação com o Governo Colombo, para restabelecer a força da DESCENTRALIZAÇÃO, das Secretarias e dos Conselhos regionais.
9.Coligados, seremos beneficiados pela geografia das urnas, o que aumentará, ainda mais, a presença do nosso Partido e dos nossos companheiros no Governo.
10. Coligados, seremos co-responsáveis pelo canteiro de obras em que o nosso Governo tornará Santa Catarina, aplicando os NOVE BILHÕES DE REAIS repassados pelo Governo Federal, cuja maioria dos investimentos encontra-se nas fases de projeto, desapropriação, licença ambiental ou licitação (o que demora, normalmente, de um a um ano e meio).
11. Coligados, preservaremos nossas posições no Governo, mantendo a visibilidade do PMDB, essencial para o maior êxito nos nossos candidatos à Assembléia Legislativa e ao Congresso Nacional.
12. Coligados, não entregaremos as nossas posições aos nossos adversários históricos, e, assim, não permitiremos a ressurreição das lideranças que derrotamos em quatro eleições recentes. Não se esqueçam: o político é o único animal que ressuscita!
13. Coligados, participaremos de uma enorme reunião de Partidos. E, assim, ocuparemos, de longe, o maior tempo de rádio e TV, o que aumentará significativamente o sucesso eleitoral dos nossos candidatos ao Poder legislativo.
14. Coligados, manteremos a unidade do PMDB, sem ter que enfrentar o salve-se quem puder de uma ruptura abrupta do com o Governo, às vésperas das eleições.
15. Não coligados, o que diremos? Que propostas apresentaremos? Teremos autoridade para criticar as políticas de saúde, da administração, da infra-estrutura, da Justiça, da Celesc, do Deinfra, do Deter, da Fatma, do Iprev, da Codesc, da SC Gás, e de tantas outras áreas que são geridas por companheiros do PMDB? Isso não vai levar – como aconteceu com o Dr. Ulysses -- à divisão, ao descrédito e à perda do apoio popular?!Companheiras e companheiros, observem que não há nenhum companheiro pleiteando candidatura própria, também, para Presidente da República. Por que? Pelas mesmas dificuldades e obstáculos que detalhei acima: o Vice-Presidente da República é o nosso Presidente Nacional, Michel Temer; e o PMDB ocupa vários Ministérios e importantes cargos no Governo da Presidente Dilma Roussef. Nossos companheiros sabem que – POR ESTAS MESMAS RAZÕES -- é inviável tanto a candidatura a Presidente da República, quanto desembarque do Governo Federal, agora, tão perto das eleições.
Pedindo que reflitam sobre o passo que vão dar no dia 26, peço-lhes o voto pela COLIGAÇÃO, para que a continuidade do projeto vitorioso, potencialize, ainda mais, a grandeza do nosso PMDB, assegurando-lhe a volta ao cargo de Governador do Estado em 2.018. Em 2.018, encerro a minha vida pública. Minha última missão será levar o PMDB de volta ao Governo do Estado, daqui a apenas três anos.
Forte abraço.
LUIZ HENRIQUE
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