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Em desaceleração, vendas no varejo entram em patamar mais moderado
CNDL e SPC Brasil estimam que a tendência para 2014 é de crescimento entre 4% e 4,5%.
Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgados nesta manhã (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a tendência de desaceleração do crescimento do varejo apontada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Na avaliação dos lojistas, o menor crescimento das vendas indica que o comércio brasileiro entrou num ciclo de evolução mais moderado. A projeção das entidades é de que, para 2014, as vendas a prazo avancem entre 4% e 4,5%, já descontada a inflação do período. O resultado é próximo ao registrado em 2013: 4,12%, segundo o SPC Brasil e 4,3%, conforme o IBGE.
“O comércio varejista continua crescendo, mas a um ritmo cada vez mais lento. Saímos do ‘patamar chinês’ de expansão para um nível mais moderado. Nos últimos anos, o consumo interno foi o grande motor de impulsão da economia brasileira, mas o modelo já dá sinais de esgotamento”, afirma presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Razões da desaceleração
De acordo com Pellizzaro, no ano de 2013, o varejo não contou com os mesmos fatores macroeconômicos que ajudaram a aquecer o setor nos anos anteriores, como os altos índices de geração de emprego, expansão da renda real e a larga oferta de crédito mais barato. O aperto inflacionário e a escalada dos juros básico da economia também afetaram a confiança do consumidor.
“O efeito da inflação sobre a renda dos trabalhadores foi corrosivo ao longo de 2013 e reduziu o poder aquisitivo. Some-se a isso, o fim gradual de isenções e reduções tributárias, como o do IPI para eletrodomésticos, automóveis e móveis, que contribuiu para o menor crescimento das vendas do varejo”, explica Pelizzaro.
Na avaliação do dirigente, com as vendas no comércio crescendo menos, o governo brasileiro terá de mostrar mais capacidade de gestão do que vem apresentando hoje. “Para conduzir o Brasil a um crescimento competitivo, saudável e duradouro no médio e longo prazo, o primeiro passo é rever a atual política fiscal, que precisa ser mais rígida nos cortes dos gastos de custeio, inclusive com novas regras de eficiência e produtividade para o setor público. Desse modo, os juros ao consumidor poderão diminuir e o empresariado será desonerado”, defende Pellizzaro.
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