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entrevista

Luiz Irineu Godoy, o Teco

 Luiz Irineu Godoy, mais conhecido por Teco, tem 51 anos, destes mais de 40 dedicados ao futebol. Casado com Marilete Pereira Gomes Godoy com quem tem 3 filhos. É natural de Anita Garibaldi, onde trabalha como gerente da unidade da Copercampos da cidade e até hoje atua de forma marcante no futebol do município.

 

Correio dos Lagos – Desde quando começou a jogar?
Luiz Irineu Godoy -  Desde os seis, sete anos de idade já jogava, pois não tinha outra ocupação a não ser jogar bola. Nos criamos nos campinhos perto de casa. Na época não tinha nem televisão e a gente anoitecia jogando bola. O campo era onde hoje é a APAE  e aprendi a jogar futebol ali. A gente se reunia sempre no final da tarde depois das obrigações diárias.
 
Correio dos Lagos – Teve algum ídolo em quem se espelhasse?
Teco – Sempre gostei do Zico, da maneira como jogava, do seu comportamento. Para mim foi excepcional. Ele foi um dos melhores na minha época que eu vi jogar . Sempre falavam do Pelé, Romário mas pra mim ele foi o melhor.
 
Correio dos Lagos – Qual foi o primeiro time em   que jogou?
Teco – Comecei jogando no Grêmio do município e com 15 anos já jogava no primeiro time. Joguei até os 18 anos e depois surgiu a oportunidade de ir  jogar no Internacional de Lages, era pra ficar dois dias e acabei ficando uma semana, mais tarde retornei.
 
Correio dos Lagos – Jogou em times profissionalmente?
Teco – Sai para jogar no time de Osvaldo Cruz em São Paulo em time de Terceira divisão ficando 8 meses. Saí nos anos de 81 a 83 fiquei três anos fora. Joguei dois anos no Internacional de Lages.
 
Correio dos Lagos – Como foi a experiência de jogar profissionalmente?
Teco – Para o time de São Paulo fui emprestado e fiquei por 8 meses, já no Inter de Lages tinha contrato de um ano mas acabei renovando por mais um ano. Foi uma experiência muito positiva. Foram três anos jogando profissionalmente. Quando joguei no inter ficamos em terceiro lugar no estadual, tinha um time bem bom.
 
Correio dos Lagos – Pensou em seguir carreira no futebol?
Teco – Até pensei, mas na verdade na época a gente tinha até medo de sair de casa. Eu sai daqui do amador direto pro profissional e quando a gente chega lá parece que é o bicho, a gente demorava cerca de seis meses para se acostumar. Na época tinha uma política muito grande na manipulação de grupinhos e eram eles que jogavam, e tinha que jogar muita bola pra ser valorizado.
 
Correio dos Lagos – Como era o pagamento na época?
Teco – O campeonato Catarinense não tinha muito destaque. Hoje em dia quem se destaca  ganha bem. Dava para se manter, mas para seguir carreira pensei bem e decidi por achar uma profissão que me desse suporte.
 
Correio dos Lagos – Qual a diferença do futebol e a oportunidades daquela época para hoje?
Teco – A garotada de hoje tem oportunidade, tem uma integração maior com outros municípios e eles tem condições melhores. Muitos campeonatos, que na minha época não tinha, eram os joguinhos fechados. Nem saímos jogar em outros municípios. Hoje eles têm a oportunidade e não sabem aproveitar, mas também têm uma série de atividades como festa, computador, muito mais opções de lazer.
 
Correio dos Lagos – Qual jogador pra você hoje é destaque?
Teco – Tem muita gente que não gosta, mas o Neymar já é um grande jogador, mas pode melhor. Ele é um cara muito versátil, muito rápido. Gosto do futebol dele, não está maduro ainda mas tem muito o que aprender.
 
Correio dos Lagos – Acompanhou a trajetória inicial do Fernando Menegazzo no futebol?
Teco – Ele vinha aqui no campo, e começou a jogar com a gente aqui no União, jogava pouco, ficava no banco, mas acompanhei o seu começo aqui. Ele foi um cara que foi lá lutou e soube aproveitar a sua hora.
 
Correio dos Lagos – Como você avalia a atuação das escolinhas de futebol?
Teco – Acho que não falta incentivo, falta vontade dos meninos mesmo, qualquer coisa eles desistem. Não sei o que faltaria para eles terem mais vontade e entrarem em um ritmo, acho que falta persistência. Tem muito menino bom hoje, os professores estão aqui e eles não sabem aproveitar.
 
Correio dos Lagos – O seu filho Guilherme também gosta de futebol, como é jogar ao lado dele?
Teco – Pra mim é uma satisfação muito grande como pai estar jogando com o filho. Já fomos campeões dois anos seguido no futebol suíço. É bom ver que o meu  filho está indo no caminho certo, está no esporte, tem saúde, educação, sabe respeitar os outros. Está indo no mesmo caminho que eu segui. 
 
Correio dos Lagos – Gostaria de ver ele jogando profissionalmente?
Teco – Eu gostaria sim, mas vai depender muito dele. É difícil sair, ir jogar em outra cidade sem ter alguém, algum vínculo ou pessoa responsável. Ele tem vontade, é esforçado tem estatura, ele já teve oportunidade, já esteve no Figueirense, mas não deu certo e acabou voltando. Vou deixar na vez dele, o que posso dar é estudo e suporte, mas vou deixar que ele decida.
 
Correio dos Lagos – Algum fato engraçado que marcou esses anos de futebol?
Teco – Teve um lance há muitos anos em que o pessoal deu risada. A gente estava participando de uma rodinha de  joão-bobo, como dizem, e tinha um senhor que usava peruca e ele era o bobo, tava para lá e para cá correndo tentando pegar a bola. Quando ele foi tirar a bola acabou enroscando a peruca no botão da camisa do cara que estava com a bola e a peruca ficou pendurada, quando ele deu falta saiu correndo atrás do cara que não sabia o que estava acontecendo e que estava com a peruca pendurada. Foi um fato que há muitos anos aconteceu que ainda lembro e dou risada.
 
Correio dos Lagos – Qual seu time do coração?
Teco – Torço pelo Flamengo e em Santa Catarina pelo Figueirense. Teve uma época que fui gremista, mas não sou um cara fanático, de estar discutindo com os outros. Acompanho os jogos, mas sou um cara calmo.
 
Correio dos Lagos – Muitos cartões amarelos e expulsões durante esses anos?
Teco – Sou muito calmo, concentrado, as vezes falo alguma coisa, mas não sou agitado e durante todos esses anos fui expulso uma vez só em um torneio. A gente tem que saber como falar com os juízes, não pode chegar xingando, gritando, tem que saber falar. Nunca fiquei fora de um jogo por ganhar cartões amarelos ou por expulsão. 
 
Correio dos Lagos – Por ser um jogador mais experiente, os mais jovens te respeitam e seguem teu exemplo?
Teco – Nunca ninguém chegou e disse que sou um exemplo, mas muitas pessoas admiram o meu futebol e falam isso e os mais jovens me respeitam.

 

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