Trata-se de um consenso nacional: é necessário e urgente investir maciçamente para melhorar a qualidade do ensino para que o país acelere seu desenvolvimento socioeconômico e se afirme entre as nações que farão a diferença no futuro próximo. Mas no Brasil, nesses anos recentes, a educação avançou apenas qualitativamente. Em matéria de qualidade, está coberto de razão o sociólogo Pedro Demo, que afirma que nossas escolas públicas “oferecem uma aprendizagem miserável”.
Levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cujo resultado foi divulgado recentemente, o confirma: 67,4% dos alunos terminam ciclo de alfabetização sem saberem somar ou subtrair; e 43,9% não conseguiram tirar informação dos textos “lidos”.
Neste panorama inquietante e sombrio, uma escola municipal de Piratuba, no Meio-Oeste do Estado, surge como exemplo, esperança e aposta. A Escola Amélia Poletto Hepp. Inaugurada há um ano, aposta firme na internet e nas novas tecnologias da informação, incluindo lousas digitais como ferramentas para o aprendizado dos seus 407 alunos de primeira a oitava séries. Sem relegar os livros, ainda insubstituíveis, mas com eles se integrando e os complementando.
Os resultados aparecem rapidamente. No ano passado, não houve qualquer reprovação. Quase todos os alunos melhoraram o desempenho, e a alfabetização das séries iniciais foi acelerada. O fascínio dos alunos pela novidade levou-os a novas descobertas e os motivou para o aprendizado – todos prestaram mais atenção às aulas. É claro que este é um projeto que depende de recursos consistentes e de professores especialmente qualificados e treinados para levá-lo à frente com proficiência. Mas fica a pergunta: não será um novo caminho no qual valerá a pena apostar?
Deixe seu comentário