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Espírito bêbado

Os bêbados são meus personagens favoritos nas festas. Onde quer que estejam eles são a alegria do lugar.

Os bêbados são meus personagens favoritos nas festas. Onde quer que estejam eles são a alegria do lugar. Exceto em velórios, embora existam inúmeras piadas sobre o assunto. E não há dúvida que os queridos pinguços rendem as mais embaraçosas situações, que depois se transformam nas mais engraçadas anedotas. Cenas que acabam no hospital e no You Tube. Todo mundo tem uma história envolvendo bebida para contar, umazinha ao menos. E há os mestres no assunto, os gênios da garrafa. Membros do fã-clube da Lindsay Lohan (jovem atriz e esponja) e da Irmandade Fígado de Aço. São aqueles que preparam um jantar íntimo para a namorada, ao som de James Blunt (cantor romântico e pinguço) e tentam o velho truque de embebedar a garota, mas sempre acabam bêbados também e aí não conseguem fazer nada.

Dizem que a bebida é má conselheira. Concordo, mas vale a pena lembrar que os antigos seminários gregos (e a Grécia é conhecida como o berço da sabedoria) consistiam em os homens (cidadãos) trancarem-se no Templo e se embebedarem com vinho para libertar a mente de qualquer inibição e poderem falar tudo sem medo, enquanto dois homens sóbrios anotavam tudo o que os outros diziam para, depois da ressaca, serem discutidas as opiniões de cada um. Talvez a democracia tenha nascido assim, mas não espalhem. De fato, o álcool muda o modo de agir das pessoas, tornando-as mais espontâneas. Bêbado, o homem mostra como realmente é. Mas não se engane, a bebida não dá coragem, ela no máximo desperta a coragem que estava o tempo todo dentro de você.

É comum alguém dizer que "bebe pra curtir a liberdade, aproveitar a vida". Bem, não acho que ir a uma festa e passar a noite torrado, a ponto de não conseguir sequer chegar em casa seja exatamente aproveitar a vida. A não ser que a música seja muito ruim e a companhia pior ainda. Você perde a noite, não vê nada, e no outro dia só consegue se entender com o vaso sanitário. Outras pessoas, como os escritores, bebem apenas socialmente. Bem entendido o preceito de Aristóteles de que o homem é um animal político e que, portanto, qualquer ato ou situação é um ato social... Por fim, para poder escrever sobre o lado bom da bebida é preciso estar com a cabeça sóbria. E o espírito bêbado

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