Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
Os Exemplos de Gugu
Escrever sobre o grande ídolo catarinense é para mim um exercício de rememoração dos melhores tempos que vivi e que não voltam mais.
Escrever sobre o grande ídolo catarinense é para mim um exercício de rememoração dos melhores tempos que vivi e que não voltam mais. Penso, a princípio, na importância da criação da Astel, a associação da Telesc, implantada pelo ex-presidente da então estatal, Douglas Mesquita, e coordenada pelo primeiro professor de Guga, Carlos Alves, que proporcionou a todos nós, tenistas, a primeira estrutura profissional de Santa Catarina, possibilitando-o – porque não dizer? – o surgimento de um Guga, obviamente, com a fundamental participação de seu treinador, Larri Passos. Recordo-me que, naquela época, Guga, com seus quatro ou cinco anos de idade, já procurava seu espaço nas quadras, com sua raquete PZM, uma imitação brasileira da raquete Head Professional, posta sobre os ombros e arrastando-a no chão. Houve a perda do pai, Aldo, e em meio a um torneio em Curitiba, a dificuldade em conseguir um patrocinador, até a sua espetacular e imprevisível conquista em 1997, no primeiro dos seus três títulos em Roland Garros. A partir de sua primeira glória conquistada, foi que, em minha opinião, Guga começou a dar exemplos a todos nós, brasileiros e, mais em especial, a nós, catarinenses. Exemplos de garra e persistência; de superação e genialidade; de patriotismo e amor ao Brasil que tanto nos falta. Enganam-se os que pensam que Guga é "humilde". Se assim fosse, não chegaria ao topo do ranking mundial e não desafiaria e derrotaria os grandes "monstros sagrados" de seu esporte, tal como fez em Lisboa, sagrando-se campeão do mundo ao derrotar, num mesmo torneio, Pete Sampras e André Agassi. Na verdade, o principal atributo de Guga é a sua simplicidade, sua espontaneidade. Para mim, lição maior deu Guga, em 2001, após tornar-se tricampeão de Roland Garros e, ao ter todas as portas de Paris a si escancaradas, decidiu-se por festejar seu título, num simples restaurante na região da Bastilha, comendo feijão e cantando samba. Estávamos todos felizes e orgulhosos de sermos brasileiros e estarmos festejando a sua conquista. Referência: LACERDA, Aderbal da Rosa. In Diário Catarinense – Ano 25 – n. 8.808 – 07/06/2010. Pág. 10
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